Sociedade pediátrica aponta sinais de alerta do TDAH. Veja quais são

Cercado por muitas fake news, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um assunto em alta nas redes sociais. Baseadas em vídeos muitas vezes com informações imprecisas, pessoas se autodiagnosticam com uma condição que é mais complexa do que parece.

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Com o cenário preocupante, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou um documento alertando sobre indicativos de alerta comuns da condição. Ele foi apresentado no 17º Congresso Brasileiro de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), realizado em Porto Alegre (RS) entre os dias 17 e 20 de setembro.

O neurologista Matheus Trilico defende que o TDAH não é uma simples moda e deve ser tratado com seriedade. “A condição é uma questão que precisa de tratamento especializado e multidisciplinar, combinando medicamentos, terapias, atividade física e estratégias de organização”, afirma o especialista em TDAH, de Curitiba (PR).

O que é o TDAH?

 Sinais de alerta comuns do TDAH, segundo a SBP

O diagnóstico da condição neurológica é baseado nos critérios e orientações da Associação Americana de Psiquiatria (AAP) ou da Organização Mundial de Saúde (OMS). Não há um exame específico para a detecção. A identificação ocorre através do histórico clínico do indivíduo.

O diagnóstico é baseado em uma lista com nove indicativos de desatenção e hiperatividade, sendo que um paciente tem que ter ao menos seis sintomas de desatenção ou/e seis sintomas de hiperatividade e impulsividade, por pelo menos seis meses.

O documento da SBP destaca os nove sinais de desatenção e hiperatividade. Entre eles estão:

Desatenção:

Pacientes com TDAH tem dificuldades de realizar atividades rotineiras

Hiperatividade:

Como tratar

O tratamento é baseado em uma intervenção multidisciplinar, envolvendo psicólogos e psiquiatras. Educadores físicos também fazem parte do processo, sendo essenciais para a promoção de atividades físicas lúdicas e adaptadas que melhorem a concentração.

A terapia medicamentosa é realizada especialmente com ritalina, remédio que pode provocar efeitos colaterais, como diminuição do libido e apetite, além de atrapalhar a qualidade do sono e provocar enjoos e dores estomacais.

Segundo Trilico, as dificuldades do tratamento levam cerca de 80% dos pacientes a interrompê-lo antes da hora. “Muitos abandonam o tratamento por efeitos colaterais, custos, estigma ou a falsa sensação de cura após uma melhora inicial. No entanto, isso pode levar a problemas ainda maiores, como depressão e abuso de substâncias”, alerta o especialista.

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