O Lar Francisco de Assis, instituição tradicional localizada no Núcleo Bandeirante, informou que não tem mais condições financeiras nem administrativas para continuar funcionando. A situação deixa 27 idosos dependentes do local em risco de ficarem desamparados. Desse total, cinco não tem nenhum vínculo familiar.
A comissão que administra o lar enviou um comunicado à Promotoria de Justiça da Pessoa Idosa (Projid) afirmando que faltam recursos até para despesas básicas, como alimentação, salários, medicamentos, água e energia. As contas da instituição estão bloqueadas pela Justiça, e há dívidas trabalhistas, fiscais e com fornecedores.
Segundo a comissão interventora, a crise atual é consequência de problemas acumulados ao longo de anos. Fernando Ferreira, integrante do grupo que assumiu a administração há alguns meses, afirma que diretorias anteriores agiram de forma irresponsável e prejudicial à instituição.
“Quando assumimos o lar em julho, encontramos contas bloqueadas, contratos suspensos, dívidas acumuladas e funcionários sem receber. A comissão atual é formada por voluntários, doadores e apoiadores que tentam manter o local aberto, mesmo com recursos limitados.”
Interdição em maio
A instituição chegou a abrigar 37 idosos, mas esse número diminuiu após uma crise em maio, quando o fornecimento de energia foi cortado por falta de pagamento. O lar passou a funcionar com um gerador, e as famílias foram notificadas da situação.
Nos dias 9 e 10 de maio, oito idosos foram retirados pelas famílias, e um foi transferido para outra instituição. A fuga em massa reduziu o total de acolhidos para cerca de 27 — número que permanece até hoje.
Na época, as dívidas ultrapassavam R$ 100 mil, incluindo R$ 60 mil com a Neoenergia e pelo menos R$ 38 mil em salários atrasados. O então presidente renunciou ao cargo, e o caso foi comunicado à Promotoria do Idoso e à Secretaria de Desenvolvimento Social.
Destino dos idosos
Agora, com o anúncio de falência, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) entrou com uma ação civil pública para garantir a continuidade do atendimento e evitar que os 27 idosos fiquem sem acolhimento.
O MPDFT também pediu que o Governo do Distrito Federal (GDF) seja obrigado a fornecer apoio emergencial, já que a lei impede o fechamento abrupto de instituições que cuidam de pessoas idosas.
Em resposta a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) informou ter sido comunicada pelo MPDFT sobre o encerramento das atividades do Lar Francisco de Assis e que já adota providencias.
“Prestamos atendimento às 26 pessoas idosas impactadas. Apenas cinco não possuem vínculos familiares, e todas já estão inseridas na lista de espera, aguardando vagas adequadas às necessidades de cada caso.”
