Veja o enfermeiro que drogava pacientes para roubar em hospitais do DF

O enfermeiro Daniel Pirangi, de 44 anos, é o servidor da Secretaria de Saúde preso nesta sexta-feira (12/9) acusado de drogar pacientes internados em hospitais públicos do Distrito Federal para roubar joias e pertences pessoais. A captura ocorreu em sua residência, na QNF 11, em Taguatinga, durante a Operação Bad Nurse, conduzida pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia).

Segundo as investigações, Daniel aproveitava-se da confiança conquistada em seu ambiente de trabalho para aplicar substâncias sedativas em pacientes do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Assim que as vítimas perdiam a consciência, ele subtraía alianças, correntes e outros objetos de valor.

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Durante as buscas, os policiais apreenderam semijoias semelhantes às descritas por vítimas, além de medicamentos de uso restrito, em sua maioria amostras grátis. Entre eles, estavam sedativos que podem ter sido utilizados nos crimes.

Veja medicamentos usados por enfermeiro para droga pacientes e roubar joias:

Provas consistentes

O inquérito reuniu provas consistentes, incluindo reconhecimentos fotográficos, depoimentos de colegas de trabalho e análise detalhada de prontuários médicos, que apontaram divergências entre os remédios prescritos e os aplicados. A supervisora de enfermagem confirmou ainda o desaparecimento de sedativos controlados durante plantões do acusado.

De acordo com a polícia, o modus operandi era sempre o mesmo: Daniel se aproximava dos pacientes alegando ministrar medicamentos, aplicava o sedativo sem prescrição e, com as vítimas inconscientes, cometia os roubos.

Em um dos casos mais graves, um paciente, ainda sob efeito da substância, tentou dirigir e sofreu um acidente de carro, colocando em risco a própria vida e a de terceiros.

Denúncia nas redes 

A investigação começou há três meses e ganhou força após uma das vítimas relatar o crime nas redes sociais. A repercussão incentivou outras pessoas a procurar a delegacia e registrar novas ocorrências. Até o momento, nove vítimas foram formalmente identificadas.

Diante das provas, Daniel Pirangi foi indiciado por roubo em continuidade delitiva (artigos 157 e 71 do Código Penal). A pena prevista varia de 4 a 10 anos de reclusão para cada crime, podendo ser aumentada em razão da continuidade dos delitos. Após a formalização da prisão, ele foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça.

O nome da operação, Bad Nurse (“Enfermeiro Mau”, em inglês), faz referência à profissão do acusado, que deveria zelar pela saúde de seus pacientes, mas, segundo a polícia, traiu a confiança da sociedade ao usar seus conhecimentos para praticar crimes graves.

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