Uma controvérsia envolvendo o uso de verbas públicas para financiar eventos privados surgiu em Alagoas, após a revelação de que um apadrinhado do senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) destinou R$ 280 mil da FMAC (Fundação Municipal de Ação Cultural) para a realização de uma festa junina privada da OAB-AL (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Alagoas). A festividade contou com a cantora Millane Hora, esposa do senador, como uma das principais atrações.
A FMAC, órgão ligado à Prefeitura de Maceió, é presidida por Myriel Cavalcanti Mello Neto, indicado por Cunha para a posição. Myriel foi assessor do senador até setembro de 2023, quando assumiu a presidência da fundação. Segundo o presidente da OAB-AL, Vagner Paes, Millane Hora recebeu cerca de R$ 10 mil como cachê pela sua apresentação no evento, realizado no último dia 23 de maio.
A utilização de recursos públicos para financiar um evento privado, especialmente com a participação de um familiar direto de um político influente, levanta questões éticas e legais. O patrocínio pela FMAC, uma fundação dedicada à promoção da cultura na capital alagoana, para uma festa junina organizada por uma entidade privada como a OAB-AL, e com a esposa de um senador entre as atrações principais, coloca em cheque a imparcialidade e a transparência na gestão dos recursos públicos.
Em resposta às críticas, o senador Rodrigo Cunha ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso. A situação traz à tona a necessidade de uma fiscalização rigorosa sobre a aplicação das verbas públicas, garantindo que sejam destinadas para fins que beneficiem a população de maneira ampla e justa, evitando favorecimentos ou possíveis conflitos de interesse.
As repercussões deste caso podem provocar investigações mais detalhadas por órgãos competentes, a fim de assegurar que a destinação dos recursos públicos esteja de acordo com os princípios da administração pública e da legalidade, protegendo os interesses da sociedade.