Oito em cada dez bebês brasileiros com idades entre 6 meses e 1 ano e 11 meses consomem alimentos ultraprocessados. Para elas, os ultraprocessados representam 20,5% da energia na dieta. O número alarmante vem do novo relatório do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani).
Entre as crianças na faixa etária dos 2 anos a 4 anos e 11 meses, o consumo dos ultraprocessados chega a 93%. Nesse recorte, esse tipo de alimentação representa 30,4% da energia das crianças.
O Enani é uma pesquisa do Ministério da Saúde conduzida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para avaliar as práticas de aleitamento materno, os hábitos alimentares, o peso, a altura e a deficiência de vitaminas e minerais em crianças de até 6 anos de todo o Brasil.
As visitas da segunda edição do estudo foram realizadas entre 2019 e 2020, em 123 municípios de todo o país. Cerca de 15,5 mil crianças e 12,1 mil mães participaram da pesquisa.
Nas entrevistas, os pesquisadores tentaram detalhar a alimentação das crianças. Entraram na categoria de ultraprocessados alimentos como: bebidas açucaradas e adoçadas artificialmente (suco industrializado, água de coco de caixinha e refrigerante, por exemplo), salgadinhos de pacote; biscoito/bolacha doce ou salgada; guloseimas (bala, pirulito, outras); iogurtes; pão industrializado; farinhas instantâneas; carnes processadas; e macarrão instantâneo.
Para as crianças brasileiras com 6 a 23 meses de idade, 48% da energia diária é proveniente de alimentos in natura ou minimamente processados; 21,5% vem do leite materno; 20,5% dos alimentos ultraprocessados; 5% de ingredientes culinários; 3,2% de fórmulas infantis e 1,8% de alimentos processados.
Os mais velhos — com 24 a 59 meses de idade — obtêm 55,3% da energia de alimentos in natura ou minimamente processados. Outros 30,4% são derivados de alimentos ultraprocessados; 8% de ingredientes culinários; 4,4% de alimentos processados; 1,9% de leite materno e 0,1% de fórmulas infantis.
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Alimentos ultraprocessados são considerados os vilões da saúde
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Doces e refrigerantes são alguns exemplos de alimentos ultraprocessados com muito açúcar
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Os alimentos ultraprocessados podem ser considerados viciantes
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Hábitos alimentares ruins estão associados ao declínio cognitivo
Diferença da alimentação nos lares brasileiros
Os dados mostram que as crianças negras são as que mais consomem os ultraprocessados — 85,7% delas consomem essa categoria de alimentos. Em seguida aparecem pardos (81,8%) e brancos (77,9%).
A alimentação nas áreas rurais foi apontada como a mais saudável, com 75,8% das crianças consumindo ultraprocessados contra 80,8% nas cidades.
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