Antigos aliados do presidente nacional do PRTB e articuladores informais do partido de Pablo Marçal estão sendo investigados por supostamente terem trocado carros de de luxo por cocaína para a facção criminosa PCC. A informação é do jornal Estado de São Paulo.
De acordo com a publicação, o caso é investigado pela Polícia Civil e tem como alvos o ex-presidente estadual do PRTB, Tarcísio Escobar de Almeida, e Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, sócio de Escobar que já participou de eventos do PRTB.
A dupla é tida como homens de confiança de Leonardo Alves Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB e fiador da candidatura de Marçal. No dia 18 de março, Avalanche nomeou Escobar para ser o presidente estadual do partido em São Paulo, mas ele ficou apenas três dias no cargo.
Escobar acabou se afastando oficialmente do PRTB porque “não tinha título de eleitor”. No entanto, Escobar seguiu se apresentando como presidente estadual da sigla em reuniões políticas até o caso ser revelado em maio. Entre os atos que ele participou foi ato de filiação de Marçal no partido, em 5 de abril, e a oficialização da pré-candidatura do coach 24 de maio.
Apesar da atuação nos bastidores, a dupla não foi vista em agendas públicas na campanha eleitoral de Marçal, como debates, sabatinas e caminhadas pela cidade.
O esquema
Escobar e Gordão foram ligados a negociação que supostamente teriam relação com o tráfico de drogas. A movimentações culminaram na apreensão de armas e drogas em posse de Francisco Chagas de Sousa, conhecido como Coringa, em agosto de 2020. Segundo os investigadores, Coringa agia no tráfico interestadual e usava veículos como pagamento de drogas.
No dia 30 de julho de 2020, Gordão teria pedido ajuda de Coringa para vender um veículo BMW X5 e que Escobar daria detalhes sobre o negócio. Segundo a polícia, as transações seriam parte de um esquema que também teriam a inclui a venda de drogas e a divisão de lucros entre os envolvidos.
“Nos diálogos mantidos entre ambos (Coringa e Gordão), ficou evidente tratar-se de negociação de veículos com o fim de que sejam trocados por drogas”, diz trecho de um relatório da Polícia Civil.
Ainda segundo a polícia, Escobar e Gordão, investidores no tráfico, entregavam carros de luxo a Coringa, que os enviava ao Paraná para serem trocados por uma quantidade de drogas. Os entorpecentes eram então revendidos a compradores e o lucro obtido era dividido entre os três.
Marçal e as acusações contra Boulos
No debate realizado pela Band, Marçal acusou, sem provas, Guilherme Boulos (PSOL) de fazer uso de cocaína. A polêmica viralizou nas redes sociais. O coach já tinha dito, na convenção que homologou a sua candidatura, que iria falar sobre dois candidatos supostamente usuários de cocaína no debate promovido pela emissora.