Os moradores de Brasília estão lidando com uma situação climática atípica e preocupante. Uma densa camada de fumaça, resultado dos inúmeros incêndios que ocorrem em várias regiões do país, cobriu o céu da capital pelo segundo dia consecutivo. Esse fenômeno tem gerado grande desconforto e acentuado a preocupação com a qualidade do ar, levantando questionamentos sobre os impactos na saúde da população.
Além da visível poluição no ar, as condições meteorológicas agravam ainda mais a situação. A previsão para os próximos dias indica que Brasília continuará registrando temperaturas elevadas, com máximas de até 32°C. A umidade relativa do ar, fator crucial para o bem-estar, deve cair para níveis críticos, em torno de 20% durante a tarde. Essa combinação reforça as características típicas do inverno na região, conhecido por ser seco e quente.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Brasília já acumula 135 dias sem chuvas significativas, e a previsão é de que essa condição de seca se mantenha por mais tempo. Especialistas alertam para os riscos à saúde, especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias.
Recomendações de Saúde para Proteger a População
Além das ações de combate aos incêndios que vêm ocorrendo em diversas regiões do país, é essencial que a população esteja bem orientada sobre como se proteger da exposição aos poluentes e à fumaça intensa causada pelos focos de incêndio.
O Ministério da Saúde destaca a importância de aumentar a ingestão de água e outros líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas, o que pode proporcionar maior proteção contra os poluentes. Reduzir o tempo de exposição ao ar livre é crucial, com a recomendação de permanecer em locais ventilados dentro de casa, preferencialmente com ar condicionado ou purificadores de ar. Durante os horários de maior concentração de partículas poluentes, é aconselhável manter portas e janelas fechadas para minimizar a entrada de poluição externa.
As atividades físicas ao ar livre devem ser evitadas entre o meio-dia e as 16h, período em que as concentrações de ozônio são mais elevadas. Para aqueles que residem próximos às áreas de queimadas, o uso de máscaras cirúrgicas, de pano, lenços ou bandanas pode ajudar a diminuir a exposição às partículas mais grossas, aliviando o desconforto nas vias aéreas superiores. No entanto, para uma proteção mais eficaz, especialmente contra partículas finas, recomenda-se o uso de máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100.
Essas recomendações são importantes para toda a população, com atenção redobrada para crianças menores de 5 anos, idosos acima de 60 anos e gestantes. Ao sinal de sintomas respiratórios ou outras ocorrências de saúde, é crucial buscar atendimento médico imediato. Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios ou imunológicos devem atualizar seus planos de tratamento e manter medicamentos e itens prescritos facilmente acessíveis. Em alguns casos, pode ser necessário avaliar a possibilidade de sair temporariamente das áreas mais afetadas pelas queimadas.
Sob a coordenação do Ministério da Saúde, o monitoramento das áreas impactadas pela queima de biomassa é realizado pela Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VIGIAR) e pela Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde. Os dados coletados são compartilhados semanalmente com os estados e o Distrito Federal por meio do Informe Queimadas, que traz orientações para reduzir a exposição da população às condições adversas.
A combinação de ações governamentais e o cuidado da população são fundamentais para enfrentar esse período crítico e proteger a saúde pública.