Do luto ao pódio: moradora do DF vence 1º triatlo e inspira mulheres

Aos 59 anos, a educadora física, mãe e, agora, triatleta Ana Cláudia Torres Birman encontrou na atividade física um refúgio para a mente e a alma. “O esporte sempre me manteve com saúde mental e disposição física para persistir”, diz. Para ela, persistir tem um peso ainda maior. Em outubro de 2023, ela perdeu o filho Leonardo Torres, então com 23 anos, que morreu em decorrência de uma cirurgia para cardiopatia congênita.

Moradora de São Paulo há cinco anos, mas com o coração baseado em Brasília, Ana Cláudia voltou à capital em 21 de setembro, para participar da primeira prova de triatlo. Conquistou o 1º lugar na categoria 55 a 59 anos, 14º lugar entre as mulheres e a 24ª colocação na classificação geral da prova.

“Começar um esporte como o triatlo aos 59 anos é, para mim, um ato de coragem. O triatlo já é desafiador por natureza – são três atividades aeróbicas em uma só prova – e fazer isso nessa fase da vida, depois de tantas batalhas, inclusive um luto, é uma forma de reafirmar a força que ainda existe em mim”, diz.

Ana nasceu em Belo Horizonte (MG), mas mudou-se para Brasília aos 9 anos, onde cresceu. A mãe era professora de natação na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), e o caminho que ela trilharia não poderia fugir do esporte.

Hoje, a professora divide a rotina entre yoga, musculação e a vivência dos esportes em pontos turísticos de Brasília: corre no Parque da Cidade Sara Kubitscheck, pedala na Concha Acústica, pratica natação no Lago Paranoá… A mineira compartilha que não abre mão de voltar à capital sempre que pode: “É em Brasília onde eu sinto pertencer”.

Ana compartilha sua rotina em redes sociais e motiva, para muito além da internet, pessoas que passam por situações difíceis, que enfrentam o luto, e quem queira acreditar que o movimento transforma.

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Na prova de triatlon feita em Brasília no dia 21/9, a atleta conquistou 1º lugar na sua categoria

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Em 21/9, a atleta completou seu primeiro triatlon

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Ana Cláudia encontrou refúgio nas atividades físicas

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Ana mudou para São Paulo há cinco anos, mas não abriu mão da rotina ativa por lá

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Yoga, musculação, corrida, ciclismo e natação fazem parte da rotina

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A atleta se formou em educação física, mas o esporte sempre foi parte da rotina

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Seus filhos são um dos grandes motivos de sua persistência

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A disciplina, persistência e força inspiram outras mulheres

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História dos filhos

Devido à cardiopatia congênita do filho Leonardo, a rotina de treinos de Ana se mixava com tratamentos e internações. “Entre a UTI e procedimentos, eu saía para me exercitar. O movimento me dava forças para continuar”, compartilhou. Leo foi internado em 20 de setembro de 2023 e faleceu 16 dias depois, em 5 de outubro.

Ana conta que Leonardo, formado em Engenharia Civil e dono de uma empresa de tecnologia, sempre teve uma rotina ativa mesmo dentro das limitações de saúde. Desde o xadrez, passando por tênis de mesa, golfe e chegando à musculação e natação. Claramente, a rotina ativa é um hábito de família.

Mesmo após o falecimento do filho e diante de tanta dor, Ana resistiu: “Viver pelo Léo e ser exemplo para o Yuri”, diz, referindo-se ao filho mais velho, Yuri Torres, 28 anos. Ele se formou em medicina no período em que o irmão faleceu. A mãe conta que o primogênito sempre a seguiu pelo exemplo e pelo hábito, e atividades físicas eram rotina.

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