“Cabeça de ovo, supremo é o povo! Cabeça de ovo, supremo é o povo!”, cantaram os manifestantes defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante caminhada em um ato político no Eixão, em Brasília, neste domingo (3/8).
As palavras foram endereçadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo processo contra o ex-mandatário na denúncia sobre a suposta trama golpista de 8 de janeiro.
O público também responsabilizou o ministro pelo resultado das eleições de 2022, em que Bolsonaro foi derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Moraes ladrão, roubou a eleição”, gritaram os bolsonaristas, reunidos na área central de Brasília, próximo ao Banco Central. Além disso, também ironizaram sanções impostas pelos EUA contra o ministro do STF. “Fora Xandão! O Xandão não tem cartão”, provocaram.
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Durante a caminhada, o público cantou o hino brasileiro e também pediu Justiça por Klezão, preso pelo 8 de janeiro que morreu na Papuda.
A família do empresário Joadson Lustosa, 58 anos, costuma andar de bicicleta aos fins de semana. Neste domingo, com as bandeiras do Brasil, Estados Unidos e Israel, ele participou do ato político da diretoria pedalando ao lado da esposa a cabelereira Andreia Kelly Lustosa, 51, e das filhas gêmeas, Ana Júlia e Ana Clara, de 10.
“A gente quer mudar o Brasil. Melhor do que seguir China e países comunistas, devemos olhar para Israel e os EUA. São referências, que inclusive apresentamos para nossas crianças. Brasil em primeiro lugar. Entre China e EUA, a gente prefere ficar com os EUA”, argumentou.
Para a família de Joadson a pauta é: fora Lula e fora Moraes. “O Moraes está jogando muito pesado no Judiciário. E o Brasil não aguenta mais o Lula. Então a pauta da minha família é fora Lula e fora Moraes”, resumiu.
Joadson espera que os atos deste domingo engatilhem mudanças no Judiciário e no Executivo. “Sou a favor da inocência do presidente Bolsonaro. Garanto que ele é inocente. Eu não acredito que houve golpe. Não dá para acreditar em um golpe sem armas. Eu acredito na mudança com a ajuda dos EUA”, arrematou. Para o empresário, as sanções impostas contra Moraes e o Brasil pelo presidente Donald Trump foram acertadas.
Após a caminhada pelo Eixão, os manifestantes fizeram um duplo buzinaço, com um ponto de concentração em frente ao Banco Central e outro perto do Hospital de Base. Grande parte dos motoristas que passavam pela pista apoiou os manifestantes com buzinas, acenos e bandeiras.
Atos pelo Brasil
Aliados políticos de Bolsonaro marcaram atos em 62 cidades brasileiras. No Distrito Federal, o protesto se concentra no Eixo Rodoviário Sul, na altura da sede do Banco Central.
Entre as pautas dos manifestantes também está o pedido de anistia para os acusados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que terminaram com a depredação das sedes dos Três Poderes, na capital do país.
Bolsonaro é réu em um processo no STF sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, iniciada em 2022, para mantê-lo no Presidência de Republica, mesmo após perder no segundo turno para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A anistia cobrada pelo bolsonaristas visa livrar o ex-presidente – e outros acusados por envolvimento nessa trama e nos atos de 8 de janeiro de 2023 – de uma eventual condenação e possível prisão. Alexandre de Moraes é o relator dos processos.
Articuladores e participantes
Um dos articuladores da mobilização nacional é o pastor Silas Malafaia, que nomeou o movimento como “Reaja Brasil”. Em Brasília, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) ajudou a organizar o ato. “Estamos aqui pelo nosso amado Jair Bolsonaro”, declarou a parlamentar, em cima de um carro de som.
Políticos como o senador Izalci Lucas (PL-DF), além dos deputados distritais Thiago Manzoni (PL) e Pastor Daniel de Castro (PP), também marcaram presença. O desembargador aposentado Sebastião Coelho aproveitou para dizer que a direita pretende pressionar o Congresso Nacional “em busca de medidas”. “Alexandre de Moraes você não é um juiz, você é um criminoso”, atacou.
Durante o evento, a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) questionou “Que crime Bolsonaro cometeu?” e disse que a oposição pretende pautar no Congresso o pedido de anistia aos réus do 8/1, bem como uma solicitação de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
A também deputada federal Bia Kicis (PL) repudiou a determinação que impôs uso de tornozeleira ao ex-presidente da República e aproveitou para alfinetar Lula (PT): “Bandido é o Lula”.
“[Bolsonaro] de tornozeleira, isso machuca a gente, porque a gente sabe que o nosso presidente é um homem inocente, limpo, honesto, patriota. Ele não é bandido para usar tornozeleira. Bandido é o Lula”, declarou a parlamentar.
Ainda durante fala, que ocorreu na parte superior de um carro de som, Kicis disse que presos pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro são “perseguidos”.
“Essas mulheres e esses homens perseguidos do 8 de janeiro, que estão de tornozeleiras, sofrendo ou até mesmo presos. Então, hoje é o dia da gente mostrar a nossa garra e o nosso coração. Mostrar que o brasileiro tem coragem, é patriota e é solidário. Hoje estamos juntos, meus amigos. Viva o Brasil. Fora Lula e fora Moraes”, gritou a deputada.