Um dos integrantes da organização criminosa responsável por transportar drogas da região Norte do país para o Distrito Federal é antigo conhecido da Polícia Civil (PCDF).
Ex-motorista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Águas Lindas (GO), Diogo Aparecido Barbosa Santos (foto em destaque) costumava se apresentar como policial penal para se infiltrar em grupos policiais.
Ele foi preso em 28 de janeiro deste ano após ser flagrado com 22 tijolos de cocaína, avaliados em R$ 1 milhão.
Na ocasião, o investigado voltava de Goiânia com uma mulher e uma criança de 7 anos quando foi interceptado na BR-060, no Recanto das Emas (DF). Na época, os policiais encontraram na casa dele diversas munições, acessórios e equipamentos utilizados por forças policiais.
Imagens do integrante da quadrilha:
Diogo Barbosa
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Foto com colegas do Samu
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Abordagem em 2016
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Drogas apreendidas em janeiro de 2025
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Apreensão em 2016, pela equipe de Rotam
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Ele era motorista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)
Reprodução / Redes Sociais
Operação Irmãos
O nome de Diogo surgiu durante a investigação da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) que resultou na Operação Irmãos, deflagrada na manhã desta terça-feira (8/7).
Segundo a investigação, ele transportava drogas procedentes da região Norte do país em casas que serviam como centros logísticos e as levava de carro até o DF.
Veja:
Ele investia no networking, se aproximando de servidores de prefeituras do Entorno do DF, de policiais, políticos e até jornalistas. Isso, porém, não o salvou da prisão.
Em abril de 2016, ele foi preso por policiais militares da Rotam na QR 502 de Samambaia (DF) com uma pistola com três munições intactas, algema, faca, lanterna de choque e um simulacro de pistola.
Operação “Irmãos”
- No total, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpre 52 mandados de prisão e 75 de busca e apreensão durante a Operação Irmãos, na manhã desta terça-feira (8/7).
- A investigação durou cerca de 18 meses, contou com o apoio da 3° Promotoria de Entorpecentes, da Polícia Civil de Goiás e Rondônia.
- O objetivo é desmantelar uma organização criminosa que atua no fornecimento, transporte e difusão de drogas no Distrito Federal.
- Entre as drogas comercializadas, estavam cocaína, skunk e haxixe.
- Antes, a rota vinha, principalmente, dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Agora, o foco se deslocou para Rondônia e Acre.
- A polícia conseguiu mapear uma rede complexa de abastecimento de drogas, que começava com grandes fornecedores em Rondônia.
- De lá, a droga era enviada para Goiânia em cargas e até por “mulas” — pessoas que transportam entorpecentes no corpo ou em malas.
- Em Goiânia, a droga era armazenada e, depois, levada para o Distrito Federal em lotes menores, geralmente escondidos em carros comuns, equipados com compartimentos secretos
- No DF, o material era distribuído para traficantes que atuam no varejo. Outra mudança observada foi a consolidação da preferência do skunk, em detrimento da maconha convencional.
- Segundo a PCDF, tal mudança se deve a vários fatores, sendo o principal a dificuldade logística da maconha comercial, que é muito volumosa e de menor lucratividade.
Perfil discreto
Os policiais civis da Cord descobriram que os chefes de um esquema elaborado de tráfico de drogas mantinham um perfil discreto.
Os criminosos, que faziam parte da mesma família, usavam carros populares e moravam em casas simples, apesar de movimentarem milhões de reais em contas próprias e de laranjas.
No período da investigação, cinco pessoas foram presas em flagrante e mais de R$ 4 milhões em drogas foram apreendidos.
Vídeo da Operação “Irmãos”: