A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu flagrante de um homem, de 46 anos, acusado de tentativa de estelionato, uso de documento público falso e falsidade ideológica. O golpista tentou tomar R$ 80 mil de uma vítima na venda de um imóvel já vendido com uma escritura pública adulterada.
Veja a prisão:
A 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia) conduziu a Operação Fake Deed que culminou na prisão do acusado, na sexta-feira (1º/8), no 10º Ofício de Notas de Ceilândia, após o suspeito tentar registrar escritura fraudulenta de um imóvel. A vítima, um homem de 40 anos, buscava um imóvel na região e encontrou um anúncio na plataforma OLX.
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O vendedor teria se identificado com o nome falso de “Clayton”. Para atrair a vítima, afirmou que precisava vender rapidamente um apartamento na QNO 12, Residencial Jardine, devido a problemas de saúde na família. A vítima visitou o imóvel, acompanhada do suspeito.
“Clayton” conseguiu passar credibilidade ao entrar no prédio usando senha biométrica, apresentou chaves e controle de portão. Durante a negociação, ficou acertado o pagamento de R$ 60 mil via Pix e a entrega de um automóvel, avaliado em R$ 20 mil.
Ambos seguiram para o cartório para fechar a transferência do imóvel. O suposto vendedor, então, apresentou pressa incomum. No momento de registrar os documentos, forneceu uma chave Pix cujo beneficiário não era ele, mas outra pessoa. A situação gerou desconfiança na vítima, que começou a suspeitar do golpe.
“Padrinho”
Ainda no cartório, um terceiro indivíduo apareceu, chamando o suspeito de “padrinho” e dizendo que o pagamento poderia ser feito em sua conta, reforçando a suspeita. Antes que a transação fosse concluída, o terceiro deixou o local.
A fraude foi descoberta pelo tabelião responsável pelo atendimento, que identificou inconsistências na escritura apresentada, como divergências de formatação e dados incompatíveis com registros oficiais. Ele constatou que o imóvel já havia sido vendido recentemente para outra pessoa e acionou imediatamente a PCDF.
Agentes da 15ª DP se deslocaram ao cartório e realizaram a abordagem no momento em que o golpe estava prestes a ser finalizado. Durante a ação, o homem apresentou CNH digital falsa em nome de “Clayton”, mas acabou admitindo sua verdadeira identidade.
Fake Deed
Foram apreendidos documentos, um celular, chaves, controle de portão e outros objetos relacionados ao crime. Após a formalização da prisão, o homem foi recolhido à carceragem da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), onde permanecerá à disposição da Justiça.
Somadas, as penas máximas previstas para estelionato (art. 171 do CP, até 5 anos de reclusão), uso de documento público falso (art. 304 do CP, até 6 anos de reclusão) e falsidade ideológica (art. 299 do CP, até 5 anos de reclusão) podem chegar a 16 anos de prisão.
O nome Operation Fake Deed faz referência ao principal meio utilizado pelo suspeito para tentar consumar o golpe — a apresentação de uma escritura pública adulterada (“fake deed”) para dar aparência de legalidade à negociação fraudulenta.