A esteatose hepática, mais conhecida como gordura no fígado, tem se tornado cada vez mais comum e está diretamente associada ao excesso de peso, alimentação desequilibrada, consumo de álcool e sedentarismo.
Quando não tratada, pode avançar para quadros mais graves, como inflamações, cirrose e até câncer. A boa notícia é que o órgão possui grande capacidade de regeneração e responde bem a mudanças no estilo de vida.
O que é gordura no fígado?
- Popularmente chamada de gordura no fígado, a esteatose hepática acontece quando as células do órgão acumulam gordura em excesso.
- Nos estágios iniciais, a condição costuma ser silenciosa e não apresenta sintomas evidentes.
- À medida que progride, porém, podem surgir dores abdominais na parte superior direita do abdômen, cansaço, fraqueza, perda de apetite, aumento do fígado, inchaço na barriga, dor de cabeça frequente e dificuldade para perder peso.
- As principais causas estão relacionadas à obesidade, ao diabetes, ao colesterol alto e ao consumo excessivo de álcool.
- A doença é mais comum em mulheres sedentárias, já que o hormônio estrogênio favorece o acúmulo de gordura no fígado. Ainda assim, pessoas magras, que não bebem, e até crianças também podem desenvolver a condição.
Segundo o nutricionista Guilherme Lopes, que atende em Brasília, incluir alimentos específicos no dia a dia faz diferença. Ele explica que priorizar nutrientes como antioxidantes, colina, ácido alfa-lipóico e compostos ricos em enxofre contribui para o funcionamento adequado do fígado.
“Além de ajudar a reduzir o estresse oxidativo nas células hepáticas, esses nutrientes auxiliam na metabolização de gorduras, prevenindo o acúmulo de lipídios no fígado. Eles também favorecem a desintoxicação e protegem o órgão”, afirma.
A esteatose hepática é popularmente conhecida como gordura no fígado
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A condição de gordura no fígado acomete 30% da população mundial
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Alterações na função hepática podem provocar distúrbios do sono, como insônia, sonolência diurna e ciclos de descanso irregulares
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No início, as manifestações costumam ser inespecíficas, como cansaço, fraqueza, perda de apetite, náuseas, sensação de inchaço abdominal ou desconforto do lado direito do abdome
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O especialista cita frutas cítricas, ovos, peixes, cebola e alho como exemplos que podem integrar uma alimentação equilibrada. Entre os alimentos que se destacam no cuidado com o fígado estão cinco vegetais presentes no dia a dia dos brasileiros. Confira:
Vegetais com potencial para “limpar” o fígado
A alcachofra é uma das opções mais potentes quando o assunto é saúde do fígado. Rica em cinarina, ela estimula a produção de bile e ajuda na proteção das células hepáticas.
“Estudos mostram seu efeito hepatoprotetor, inclusive em quadros de esteatose hepática leve”, afirma a nutricionista clínica Sabina Donadelli, que atua em São Paulo.
O brócolis também merece espaço no prato. Fonte de sulforafano, composto reconhecido pela ação antioxidante e desintoxicante, o vegetal estimula enzimas responsáveis por neutralizar toxinas e metabolizar gorduras acumuladas. “Ele ativa as enzimas da fase 2 do fígado, responsáveis por neutralizar toxinas lipossolúveis”, explica Sabina.
A beterraba, conhecida pela cor intensa, entrega uma combinação de betalaínas com efeito anti-inflamatório e desintoxicante. Segundo a nutricionista, esses compostos ajudam na oxigenação das células e no transporte mais eficiente de nutrientes para o fígado, favorecendo sua recuperação.
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A couve também merece destaque. Com boa quantidade de clorofila e das vitaminas C e K, ela ajuda a reduzir o estresse oxidativo e favorece processos naturais de limpeza do fígado.
A nutricionista Taynara Abreu acrescenta que os compostos sulfurados presentes na folha colaboram para a desentoxicação hepática. “Eles ajudam o organismo a metabolizar melhor gorduras e substâncias nocivas”, afirma.
A especialista cita ainda a cebola, que contém quercetina, flavonoide com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes capazes de reduzir a resistência à insulina e a inflamação hepática. “A presença de enxofre estimula a produção de glutationa, um dos principais antioxidantes produzidos pelo fígado”, diz Taynara.
Os nutricionistas lembram que a adoção desses vegetais é apenas uma parte do processo. Para que o fígado consiga se recuperar, é importante manter uma alimentação balanceada de forma constante, praticar atividade física regularmente e evitar o consumo de álcool e o tabagismo.
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