Policiais civis da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, prenderam nessa terça-feira (5/8) um homem de 30 anos apontado como autor de uma sequência de crimes contra sua ex-companheira.
Geron Almeida Oliveira (foto em destaque), de 30 anos, é suspeito de invadir o apartamento da ex-companheira e atear fogo no imóvel. O crime foi cometido em 27 de julho, no bairro Mansões Por do Sol.
Vídeo da prisão:
Na noite anterior ao incêndio, um sábado, o homem já havia espancado até a morte o gato da vítima no local. Mesmo assim, apesar de não ter mais autorização para acessar o imóvel, ele retornou no dia seguinte e incendiou o apartamento.
Uma câmera de segurança instalada no prédio registrou a presença de Geron no residencial. Ele chegou no local pouco antes das 7h e foi visto indo embora às 7h06. O homem conseguiu entrar pois tinha a senha de acesso da portaria.
Veja:
Entenda o caso:
- No momento em que o apartamento pegou fogo, não havia ninguém dentro do imóvel.
- Vizinhos perceberam a fumaça e acionaram o Corpo de Bombeiros e a proprietária do apartamento.
- Os socorristas isolaram a área e conseguiram extinguir as chamas. Não houve feridos.
- Ao Metrópoles Mirian Karoline Borges Moreira, 27 anos, contou que manteve um relacionamento por cinco anos com o suspeito, com quem tem uma filha de 3 anos.
- A relação do casal terminou há cerca de dois anos. Segunda ela, desde o término, deixou claro que não desejava reatar, mas ele insistia constantemente.
- Ainda assim, a autônoma permitia que Geron frequentasse a casa dela para ajudar a cuidar da criança.
- “Por um gesto de confiança e necessidade, permiti que ele ficasse em meu apartamento na última semana enquanto eu trabalhava”, disse.
Imagens do apartamento incendiado:
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Morte de gato
Mirian relata que, na noite de sábado, ele ligou para ela dizendo que estava alterado e que tinha misturado remédio com bebida alcóolica.
“Infelizmente, a situação saiu totalmente do controle. Pedi para ele sair da minha casa e liguei para a minha mãe buscar minha filha. Ele teve um surto de raiva ao perceber que eu não queria mais nenhum vínculo com ele. Em um ato cruel e revoltante, ele matou o meu gato a socos”, alega a mulher.
Inicialmente, Geron contou que o gato havia atacado a criança e, por conta disso, empurrou o felino, que teria morrido por conta do impacto. No entanto, posteriormente, ele enviou um áudio dizendo que tinha “dado porrada” no animal de estimação.
“Tive de lutar com o seu gato de 8 anos, né? Que é um gato que não se coloca dentro de casa. […] E eu dei um monte de porrada nele mesmo. Dei um monte de porrada. Me desculpa, me desculpa, mas ninguém vai atacar a minha filha para ficar com verme de porra de gato não. Todo mundo falou que esse gato de 8 anos não tem essa de convívio, não”, disse o homem na gravação.
Ouça:
Com a prisão nessa terça-feira, o homem permanece à disposição da Justiça.
O investigado vai responder pelos crimes de:
- Incêndio em casa habitada (art. 250, §1º, II, “a”, do CP);
- Dano qualificado (art. 163, parágrafo único, II e IV, do CP);
- Maus-tratos com resultado morte de animal doméstico (art. 32, §1º-A da Lei 9.605/98);
- Violência psicológica contra a mulher (art. 147-B do CP, incluído pela Lei 14.188/21).
As penas somadas podem ultrapassar 15 anos de prisão, além de outras sanções previstas na Lei Maria da Penha.