Mãe diz que professora segurou pulso do filho antes de ser mordida

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga a polêmica confusão entre um aluno, de 5 anos, e uma professora, em uma escola da rede pública do Distrito Federal, localizada no Paranoá. Em depoimento, a mãe da criança afirmou que a educadora teria segurado firmemente o pulso de seu filho.

A criança teria tentado se desvencilhar por um longo tempo. Segundo a mãe, o menino mordeu o braço da professora para que a professora o soltasse. O caso é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá). A ocorrência foi registrada pela educadora, que declarou ter sido atacada pela criança.

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Aos policiais, a educadora contou que a criança tem um histórico de agressividade contra os alunos e docentes, e que, na terça, apresentava um quadro de descontrole emocional, se jogando no chão e provocando colegas de turma.

Em uma tentativa de conter o aluno, a professora disse que foi agredida por ele com chutes, mordidas, unhadas e tapas no rosto. Ainda segundo o depoimento, outros profissionais tentaram ajudá-la, mas também foram agredidos pelo menino.

Ela afirmou à polícia que a mãe do estudante foi chamada à escola, porém, chegou ao local de forma exaltada e só não agrediu a funcionária porque um vigilante e outros professores a contiveram. A mulher também disse, ainda, que, ao sair da unidade de ensino, a mãe do garoto teria dito que iria “resolver do meu jeito”. A servidora relatou ter se sentido intimidada, pois a família da criança mora na mesma quadra que a dela.

Outra servidora do estabelecimento educacional disse à polícia ter visto o momento em que a docente foi agredida no interior do banheiro masculino da escola pelo aluno com mordidas nos braços, além de chutes nas pernas e na barriga. Ainda segundo ela, o menino teria pegado um rodo dentro e arremessado na educadora, tendo a acertado.

Abalada

Procurada pela reportagem, a defesa da professora respondeu, em nota, que familiares da criança foram até a escola, no dia seguinte ao ocorrido, e a acusaram de agredir o menino.

Ainda segundo a defesa, a ameaça que a mãe do aluno teria feito deixou a professora “bastante preocupada, abalada e com receio, tendo inclusive que pegar atestado médico”.

“A professora, que foi injustamente vítima de ameaças gravíssimas, jamais agrediu aluno algum, sempre prezando pela sua profissão e entregando um trabalho honroso para toda comunidade escolar, que é e continua sendo o seu desejo”, afirmou a nota.

Processo em sigilo

Também por meio de nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informou que recebeu a denúncia envolvendo o estudante e a professora na quarta-feira (24/9) e que o caso foi prontamente encaminhado à Corregedoria, que apura em processo sigiloso.

“A pasta repudia, de forma veemente, qualquer manifestação de violência no ambiente escolar, acompanha atentamente as investigações em curso e reafirma seu compromisso institucional de assegurar um espaço educacional seguro, íntegro e respeitoso para todos”, ressaltou a nota.

A Coordenação Regional de Ensino do Paranoá informou que está em busca de vaga em outra escola para atender ao pedido da família do estudante e orientou a unidade escolar a realizar a mudança de turno do estudante, como medida imediata.

O Metrópoles procurou a mãe da criança, mas até a última atualização desta reportagem não houve retorno. O espaço segue aberto.

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