A esposa do ativista brasiliense Thiago Ávila, Lara Souza, contou que não tem informações do seu marido e do restante da tripulação de um dos barcos dos ativistas que tentam levar ajuda humanitária até a Faixa de Gaza, há mais de 24 horas. Ela afirmou que toda a forma de comunicação por rádios foi destruída por Israel.
Segundo ela, neste momento, 12 integrantes da delegação brasileira estão “detidos” em Israel, sendo 11 brasileiros e um residente do Brasil, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT), a vereadora Mariana Conti, e o ativista Thiago Ávila.
Ainda na embarcação, que foi interceptada pelo Estado de Israel na quarta-feira (1/9), estava a ativista sueca Greta Thunberg.
Veja o momento da interceptação:
Lara disse que os familiares não têm nenhum tipo de informação sobre o estado de saúde dos membros da Global Sumud Flotilla. “A deportação seria o caso de pessoas que tentaram entrar ilegalmente no território, eles não tentaram entrar ilegalmente, eles foram interceptados em águas internacionais”, contou.
Lara diz que os advogados informaram que os ativistas brasileiros estão detidos no porto militar de Ashdod, mas ainda não conseguiram dar nenhum retorno sobre a situação dos militantes. Segundo ela não há confirmação de que os membros João Aguiar e Miguel de Castro estejam também detidos no porto.
O governo israelense não permitiu o auxílio da Embaixada e disse que só podem prestar apoio consular nesta sexta-feira (3/9). Lara diz que a única esperança é este apoio, tanto para confirmar o paradeiro de João Aguiar e Miguel de Castro quanto para dar informações sobre o estado de saúde, e as condições em que os brasileiros detidos se encontram.
A esposa de Thiago ainda postou um vídeo nas redes sociais em apelo, pedindo para a libertação do marido e dos demais ativistas.
“Pela segunda vez, Thiago foi sequestrado pelo exército israelense quando estava a bordo do Flotilla para levar ajuda humanitária para Gaza. Esse é mais um crime de guerra cometido pelo Estado de Israel”, disse Lara no vídeo publicado no perfil de Ávila. O ativista chegou a ser deportado em junho deste ano, na primeira tentativa de chegar à Faixa de Gaza.
“Peço a todos que se mobilizem, participem de atos, pressionem o governo e peçam que tragam Thiago e os outros ativistas de volta para casa em segurança. As flotilhas são ações legitimas e não violentas, precisamos cobrar que o governo israelense sofra consequências por mais essa violação”, exclamou a esposa do ativista.
O que aconteceu:
- Militares de Israel interceptaram, nesta quarta-feira (1°/10), alguns dos barcos que levavam ativistas de várias partes do mundo até Gaza.
- O grupo navega rumo a Gaza a fim de “levar ajuda humanitária”. As embarcações já haviam sido atacadas por drones e, nesta quarta, foram interceptados pelas forças militares israelenses.
- Entre os barcos detidos por Israel está o Alma, em que estava o Thiago e a Greta, entre outros. No Sirius, outro barco, estavam os brasileiros Mariana Conti, vereadora de Campinas pelo PSOL, Nicolas Calabrese, professor e coordenador da Rede Emancipa no Rio de Janeiro, Bruno Gilga, funcionário da USP e ativista da CSP-Conlutas, entre outros.
- Nas redes sociais, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que os integrantes dos barcos “foram parados com segurança e os passageiros estão sendo transferidos para um porto israelense”. “Greta e seus amigos estão seguros e saudáveis”, escreveu o ministério.