O aumento para 30% na taxa de etanol anidro misturado à gasolina entrou em vigor nesta sexta-feira (1º/8). A medida, aprovada em junho pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), visava à redução do preço do combustível em até R$ 0,11 por litro. Contudo, donos de postos no Distrito Federal diminuíram o valor em apenas R$ 0,01.
A mistura do biodiesel no diesel subiu para 15% e também passou a valer. Ainda assim, o combustível teve aumento de R$ 0,02 nas bombas.
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Presidente do sindicato de Combustíveis do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), que representa os donos de postos, Paulo Vieira justificou que os novos preços resultam da “carga tributária sobre os produtos”.
“O etanol, hoje, está mais caro do que a gasolina. Quando há um período de safra maior [da cana-de-açúcar], ele baixa de preço. Isso poderá reduzir o preço da gasolina no futuro, mas atualmente, não. Com o diesel, houve elevação porque o biodiesel está em torno de 30% mais caro”, argumentou Paulo.
Veja vídeo do presidente do sindicato patronal:
Além disso, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) informou, por meio de nota, que os biocombustíveis seguem a “lei de oferta e demanda do mercado”: “Quando há maior procura, o preço tende a aumentar; quando diminui, o custo tende a cair”.
Quanto aos valores, a Fecombustíveis justificou que os preços divulgados anteriormente pela mídia “podem não ocorrer exatamente como previsto, pois tratam-se de mera estimativa, cuja concretização depende de múltiplos fatores de mercado, os quais podem variar no tempo e de acordo com cada região”.
“No momento atual, e desde que mantidas todas as variáveis de mercado, com a elevação do etanol anidro [na mistura], há uma possibilidade de queda de, aproximadamente, R$ 0,02 no custo de comercialização das distribuidoras para a gasolina e de um potencial aumento médio de R$ 0,02 para o óleo diesel”, acrescentou a federação.
Entenda as mudanças
- A mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina aumentou de 27,5% para 30% (E30), e a de biodiesel no diesel, de 14% para 15% (B15). A mudança decorreu de decisão tomada em 25 de junho último.
- Com base em testes efetuados pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e o Ministério de Minas e Energia (MME) estimam a entrada de mais de R$ 15 bilhões em investimentos e a redução do consumo de gasolina A em até 1,36 bilhão de litros, a partir da medida.
- Além disso, a meta é de que o Brasil deixe de ser importador líquido de gasolina e tenha potencial exportável para um excedente de 700 milhões de litros por ano.
- A medida também tem objetivo de levar ao fim da dependência brasileira em relação à gasolina importada e otimizar a produção nacional de combustíveis.