Um novo tratamento para a doença de Alzheimer passou a ser aplicado no Brasil. O Donanemabe, comercializado como Kisunla, é indicado para pacientes em estágios iniciais da doença, quando há comprometimento cognitivo leve ou demência leve, sem perda funcional significativa.
O medicamento, da empresa Eli Lilly, atua eliminando placas de beta-amiloide, proteínas que se acumulam no cérebro e estão associadas à perda de memória e declínio cognitivo.
O que é o Alzheimer?
- O Alzheimer é uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de forma progressiva, prejudicando a memória e outras funções cognitivas.
- Ainda não se sabe exatamente o que causa o problema, mas há indícios de que ele esteja ligado à genética.
- É o tipo mais comum de demência em pessoas idosas e, segundo o Ministério da Saúde, responde por mais da metade dos casos registrados no Brasil.
- O sinal mais comum no início é a perda de memória recente. Com o avanço da doença, surgem outros sintomas mais intensos, como dificuldade para lembrar de fatos antigos, confusão com horários e lugares, irritabilidade, mudanças na fala e na forma de se comunicar.
Como é administrado o tratamento?
O Donanemabe é aplicado por infusão intravenosa em protocolo aprovado pela Anvisa em abril. Nas primeiras três doses, recomendadas nos primeiros três meses, os pacientes recebem 700 mg por mês, o equivalente a duas unidades do medicamento.
A partir do quarto mês, a dose sobe para 1.400 mg mensais, ou quatro unidades, e se mantém até o final do tratamento, que pode durar até 18 meses, dependendo da evolução clínica de cada paciente. Dados de acompanhamento de até três anos sugerem que os efeitos podem se estender mesmo após o término da terapia.
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O tratamento está disponível apenas na rede privada, e cada unidade custa em média R$ 5 mil, podendo variar conforme o protocolo adotado pelo local de aplicação.
Um marco no combate ao Alzheimer
Segundo Luiz André Magno, diretor médico da Lilly do Brasil, a aprovação do Kisunla representa um avanço importante no tratamento da doença no país. “É o primeiro medicamento modificador da doença aprovado no Brasil que também recebeu recomendação positiva na Europa”, afirmou em comunicado.
Atualmente, cerca de 1,2 milhão de brasileiros vivem com Alzheimer, número que deve crescer com o envelhecimento da população. Estima-se que aproximadamente um terço das pessoas com comprometimento cognitivo leve ou demência leve evoluam para estágios mais graves dentro de um ano, reforçando a importância de terapias capazes de retardar a progressão da doença.
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