A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) identificou o autor das pichações com referência à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) que apareceram nas entrequadras 202 e 203 Sul na madrugada dessa segunda-feira (20/10).
O “Pichador do PCC”, como ficou conhecido após o episódio, é um homem em situação de rua que vive dentro de um carro estacionado na região.
O suspeito foi autuado pelo crime de dano a bem público e assinou termo circunstanciado, relacionado a crimes de menor potencial ofensivo. Logo depois, foi liberado pelas autoridades e voltou para a a região onde costuma ficar.
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A coluna Na Mira apurou que o homem é um dos chamados “cadeeiros”, por ter uma longa ficha criminal e ser velho conhecido do sistema prisional do Distrito Federal.
O homem cumpriu mais de 15 anos de pena no Complexo Penitenciário da Papuda por uma série de crimes graves.
Entre as condenações, estão:
- 2 anos de prisão por porte ilegal de arma;
- 8 anos por roubo;
- 15 anos por roubo à mão armada em 2009;
- 6 anos por tráfico de drogas, em 2018;
- 2 meses por furto.
Após deixar o sistema prisional, o suspeito passou a viver em situação de rua, utilizando um veículo abandonado como moradia.
Veja as imagens da pichação:
Significados
As inscrições encontradas nas calçadas e muros da Asa Sul — “PCC DNN 1533 1021” — alarmaram os moradores logo nas primeiras horas da manhã.
O conjunto de letras e números é amplamente associado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital, nascida em São Paulo nos anos 1990.
Entenda o significado das pichações:
- PCC: Primeiro Comando da Capital;
- DNN: Disciplina, Norma e Neutralidade — princípios internos da facção;
- 1533: código numérico que representa “PCC” (15 = P, 3 = C, 3 = C);
- 1021: referência à palavra “Justiça” (10 = J, 21 = U), lema simbólico do grupo.
Clima de medo
As quadras 202 e 203 Sul, conhecidas pela tranquilidade e pelo ambiente familiar, amanheceram em clima de apreensão na segunda. As pichações foram feitas em calçadas e na área de lazer onde crianças costumam brincar.
“Apareceu essa pichação na nossa entrequadra. Ninguém entendeu como isso surgiu aqui. Ficamos com medo de ser algo ligado ao crime”, contou uma moradora, que preferiu não ter o nome divulgado.