População do DF envelhece, mas idosos estão mais ativos, revela pesquisa

A população com 60 anos de idade ou mais é de 524 mil pessoas no Distrito Federal, registrando crescimento de 4,59% entre 2023 e2024, em relação ao biênio anterior. Os dados foram apresentados no Boletim População Idosa no DF, divulgado nesta quarta-feira (22/10) pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O boletim trouxe um retrato da realidade das pessoas idosas no Distrito Federal, com informações sobre inserção no mercado de trabalho, condições de inatividade e principais fontes de rendimento.

A taxa de participação no mercado de trabalho subiu de 19,1% para 20%, enquanto a taxa de desemprego caiu de 7,3% para 7,1%.

O nível de ocupação cresceu 9,0% para a população de 60 anos e mais. Entre os ocupados, aumentou a proporção de idosos, ao passar de 6,3% para 6,8%. “Temos tido uma elevação da presença dessa população de 60+ em vários espaços da vida e no mercado de trabalho”, destacou a pesquisadora do Dieese, Lúcia Garcia.

Considerando os idosos 60 anos e mais, observou-se que 20% estava engajado no mercado de trabalho fazendo parte da População Economicamente Ativa (PEA) , e 80% integravam o contingente de inativos no último biênio, correspondendo em termos absolutos a 105 mil e 418 mil pessoas, respectivamente.

Entre os idosos que estavam no mercado de trabalho, a presença masculina era maior (57,4%) que a feminina (42,6%). A proporção dessa faixa etária da força de trabalho que declarou ser o principal responsável pelo domicílio foi bastante acentuada (77%), enquanto a parcela que ocupava a posição de cônjuge representava 17,7%

Por outro lado, entre os inativos, 64,6% eram mulheres, 66,3% eram os principais responsáveis pelo domicílio e quase 1/4 deles eram cônjuges.

No último biênio, 27,9% da população ativa idosa não havia concluído o ensino fundamental, no entanto, 33,5% possuía, no mínimo, o ensino superior completo. Entre a população inativa, a proporção que não havia completado o ensino fundamental (38,4%) foi superior à observada entre aqueles que estavam no mercado de trabalho (27,9%). Já a parcela com nível superior completo foi menor nesse grupo (26,4%).

Divisão no mercado de trabalho

Setorialmente, do total de trabalhadores ocupados com 60 anos e mais do Distrito Federal, 85,2% estavam nas atividades terciárias, no último biênio.

O setor de serviços foi o maior responsável pela geração de postos de trabalho para essa população, concentrando mais de 2/3 dela, seguido do comércio e reparação, que agregou 16,2% desses idosos. A construção proporcionava 6,2% das oportunidades de trabalho para esta faixa etária, enquanto a indústria de transformação, 5,9%, e outros 2,7% estavam ocupados nas demais atividades.

No último biênio, 47,6% dos idosos ocupados eram assalariados, em proporções aproximadas no setor público (22,8%) e no privado (24,8%). Por sua vez, no âmbito privado 20,7% dos ocupados de 60 anos e mais contavam com o registro de seus contratos de trabalho na carteira assinada.

Grande parte dos idosos eram autônomos (29,9%), sendo 7,8% deles empregadores, 8% empregados domésticos e 6,6% inseridos em outras posições ocupacionais

Remunerações

No biênio 2023-2024, a jornada média de trabalho da população ocupada de 60 anos e mais era de 39 horas semanais, igual à registrada no biênio anterior. Entre os biênios 2022-2023 e 2023-2024, o rendimento médio real mensal dos idosos caiu 0,3%, alcançando R$ 5.778, também havendo uma queda de 0,3% no rendimento por hora, que alcançou R$ 34,71 por hora.

Os dados mostram que a maioria dos idosos inativos do Distrito Federal como fonte principal de renda a aposentadoria e a pensão pública ou privada. Observou-se uma redução de 6,3% no valor médio, ao mesmo tempo em que houve aumento de 6,4% na renda média oriunda de pensão. Essas remunerações passaram a corresponder a R$ 5.476 e R$ 3.819, respectivamente, no ultimo biênio.

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