O assassinato da garota de programa Ana Clara Garcia Veloso, de 19 anos, ganhou contornos ainda mais trágicos após a divulgação de mensagens enviadas pela jovem a uma amiga momentos antes de sair para o encontro sexual que terminaria em tragédia. O crime em uma residência no município de Ubá, Zona da Mata mineira, nesta segunda-feira (9/9).
De acordo com informações obtidas pela coluna, Ana Clara usava o aplicativo WhatsApp para relatar à amiga sua apreensão em atender um cliente que, segundo ela, tinha fetiches violentos. Nas mensagens, enviadas pouco antes de se dirigir ao endereço, a jovem deixou transparecer medo e até uma premonição sobre seu destino.
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“Amiga, não sei se volto… Esse cara quer umas coisas pesadas, tô com muito medo”, escreveu em uma das mensagens. Em outro trecho, chegou a dizer: “Parece que posso morrer, mas preciso do dinheiro”. O valor combinado para o programa seria de R$ 700, quantia que Ana Clara considerava essencial diante das dificuldades financeiras que enfrentava. Apesar do receio, decidiu arriscar.
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Corpo enrolado
Horas depois, sua previsão se confirmou. Ana Clara foi encontrada morta do lado de fora da residência de Jonathan de Oliveira Martins, 29 anos, enrolada em um lençol, trajando apenas roupas íntimas e com sinais claros de estrangulamento.
No local, a Polícia Militar identificou manchas de sangue no portão e em vários cômodos da casa. As roupas e o celular da vítima haviam desaparecido, reforçando a suspeita de que o autor tentou ocultar provas.
Após o crime, Jonathan arrastou o corpo até a frente da casa e seguiu para o trabalho normalmente, como se nada tivesse acontecido. Ao ser localizado no Hospital São Vicente, onde buscava atendimento alegando mal-estar, os policiais perceberam que ele apresentava escoriações no rosto e pescoço, sinais de luta.
Confrontado, confessou o homicídio. Disse que conheceu a vítima por um site especializado e que, durante a madrugada, discutiram sobre o valor a ser pago. O desentendimento evoluiu para agressões, culminando no estrangulamento da jovem.
Prisão e depoimento
Jonathan foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia de Polícia Civil, sendo posteriormente encaminhado ao presídio local. O delegado Giovane Rodrigues de Faria Dantas destacou a brutalidade e a frieza do crime. “Trata-se de um crime bárbaro, tendo em vista que o investigado, logo após matar a vítima, abandonou o corpo em frente ao portão de sua casa e seguiu para o trabalho normalmente, como se nada houvesse ocorrido.”
A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias do crime e trabalha para recuperar os pertences da vítima.