Em 2025, o Brasil ganhou seu primeiro Oscar, um Papa morreu, um ex-presidente foi julgado, condenado e preso, tivemos a primeira COP na Amazônia e a soberania nacional foi a expressão da vez.
Dias antes do Brasil cair na folia do Carnaval deste ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia feita no dia 18 de fevereiro envolvia os crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, liderança de organização criminosa armada; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da união e deterioração de patrimônio tombado, essas duas últimas relacionadas à invasão de Brasília de 8 de janeiro.
A denúncia, o julgamento, a condenação e a prisão de Jair Bolsonaro mobilizaram o noticiário ao longo do ano. Como toda a imprensa brasileira, a equipe da Agência Pública acompanhou de perto o desenrolar dessa história, que é um desfecho de outras que viemos cobrindo ao longo dos últimos anos.
Relembramos, por exemplo, da pandemia de Covid-19, que vitimou quase 700 mil brasileiros. Mesmo após especialistas e uma comissão parlamentar de inquérito apontarem uma série de crimes cometidos por Bolsonaro e sua equipe na pandemia, ele não chegou a enfrentar processos judiciais. A CPI da Covid pediu o indiciamento de Bolsonaro e mais 77 pessoas, mas a Procuradoria Geral da República arquivou o caso.
Desde 2019, a Pública acompanha atentamente a aproximação do clã Bolsonaro, principalmente de Eduardo, da extrema-direita dos Estados Unidos. Ao longo dos anos, mapeamos mais de 70 reuniões e mostramos uma caravana comandada pelo filho do ex-presidente em 2023 que tentava convencer parlamentares dos EUA de que o Brasil vive uma ditadura e articular sanções ao país. Em 2025, as sanções vieram. A atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos na tentativa de livrar o pai da prisão fizeram com que Donald Trump taxasse produtos brasileiros em 50% e aplicasse a lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Em julho, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Jair Bolsonaro passasse a ser monitorado por uma tornozeleira eletrônica. A decisão foi justificada a partir da articulação de Jair e Eduardo Bolsonaro com o governo dos Estados Unidos.
Jair foi julgado e condenado a mais de 27 anos de reclusão pelos crimes da tentativa de golpe de Estado. Nossa equipe cobriu todo o processo, desde o indiciamento em novembro de 2024. Os repórteres da Pública em Brasília fizeram diários do julgamento, publicamos entrevistas com especialistas, investigamos a fundo o papel dos militares na tentativa de golpe e produzimos uma retrospectiva sobre a trajetória de Bolsonaro.
O ano de 2025 também começou com donos e executivos de big techs como Mark Zuckerberg, da Meta, e Sunday Pichar, do Google, em lugares de destaque na posse de Donald Trump. Esses magnatas têm o poder de influenciar a política em favor de seus interesses e contribuem para o enfraquecimento de democracias ao redor do mundo.
Ao longo de 2025, a Pública coordenou, em parceria com o Centro Latinoamericano de Investigacion Periodística (CLIP), uma investigação transnacional sobre o lobby das big techs contra sua regulamentação ao redor do mundo, principalmente no sul global. Esse esforço, que envolveu 17 redações de 12 países, mapeou quase 3 mil ações de lobby no mundo, mostrou como as big techs se aliaram à extrema direita para combater a regulação de suas atividades e revelou que o ex-presidente Michel Temer tem trabalhado para essas gigantes da tecnologia.
No ano em que o Brasil ganhou o Oscar pela primeira vez com o filme Ainda Estou Aqui, mostramos como a visibilidade do filme fez com que o Supremo Tribunal Federal (STF) voltasse a discutir sobre a Lei da Anistia em casos de desaparecimento de vítimas da ditadura civil-militar brasileira. Um levantamento da Agência Pública mostra que das 56 ações criminais divulgadas pelo Ministério Público Federal (MPF) entre 2012 e 2024, 18 poderiam ser destravadas. Como sempre, seguimos revelando fatos escondidos pela ditadura, como o apoio de escritores e da Academia Brasileira de Letras ao golpe.
Seguimos olhando para diferentes tipos de violações de direitos humanos, como as que ocorreram na guerra entre Israel e Palestina. Seguimos olhando também para histórias do passado e suas implicações no presente. Publicamos novas reportagens do projeto Escravizadores, lançado em 2024 e que em 2025, recebeu o prêmio da Sociedade Interamericana de Imprensa. Além disso, nossos repórteres mostraram que, 20 anos depois do assassinato da irmã Dorothy Stang, os assentamentos conhecidos como projetos de desenvolvimento sustentável defendidos por ela, sofrem com o desmatamento feito por invasores e com o enfraquecimento do INCRA. Também voltamos ao Rio Grande do Sul um ano depois das enchentes que devastaram o estado. Revelamos que o monitoramento e os alertas de eventos climáticos continuam falhos. Acompanhamos o recomeço da cidade de Muçum, que foi completamente destruída duas vezes pelas enchentes desde 2023.
Olhar com cuidado para os eventos climáticos extremos no Brasil ganhou uma outra dimensão em 2025. Afinal, pela primeira vez, uma cidade da Amazônia sediou a Conferência do Clima da ONU. Ao longo de todo o ano, publicamos reportagens que mostram como nosso país vem lidando com a crise climática e a transição energética. Também mostramos como foi a preparação da cidade de Belém e do estado do Pará para a COP e revelamos casos de greenwashing praticados por empresas na 20ª edição das microbolsas, que fizemos em parceria com o IDEC.
As repórteres Giovana Girardi e Isabel Seta foram para Belém para cobrir a Conferência. Nossa cobertura acompanhou as negociações, as ações do governo brasileiro e também a mobilização da sociedade civil. Mostramos a mobilização de ribeirinhos, quilombolas, jovens de periferias, povos indígenas do Brasil e da América Latina, pessoas atingidas por grandes empreendimentos minerários, energéticos e por barragens, agricultores familiares, camponeses sem terra e muitas mulheres, que marcharam pelas ruas de Belém em conjunto para exigir “justiça climática já”, em um ato que, segundo os organizadores, reuniu mais de 30 mil pessoas e foi a primeira grande manifestação em uma Conferência do Clima nesta década.
Não estivemos sozinhas nessa cobertura. Somamos forças com mais de uma dezena de veículos independentes do país todo e participamos da Casa do Jornalismo Socioambiental, iniciativa criada para potencializar a cobertura da COP30.
Mostramos que a COP30 foi encerrada com avanços para os povos indígenas e em relação a uma transição energética justa, mas acabou sem um dos pontos mais importantes da negociação: a construção de um mapa do caminho para o fim dos combustíveis fósseis. Mesmo após o fim da Conferência, nossa equipe segue investigando as ações de nosso governo em relação à crise climática e à transição energética.
As novidades de 2025
2025 foi o ano do áudio na Pública: lançamos três podcasts e uma série em áudio. Enquanto isso, nossos podcasts semanais continuaram fazendo sucesso: o Pauta Pública, com entrevistas semanais, alcançou mais de meio milhão de downloads. Já o Bom Dia, Fim do Mundo, nosso videocast que analisa as notícias sob a ótica do clima, completou um ano e foi ouvido 160 mil vezes. Em nossos novos podcasts, contamos a história do Rio Xingu dez anos depois de Belo Monte, fomos até Salém investigar a Caça às Bruxas – que foram assassinatos de mulheres cometidos pelo Estado – e na temporada especial do Tempo Quente, lançado em parceria com a Rádio Novelo e Observatório do Clima, a repórter Giovana Girardi preparou os ouvintes para as discussões sobre a COP30, em Belém.
Inauguramos uma parceria inédita com a Audible com o lançamento da série em áudio “Confidencial: as digitais do FBI na operação Lava Jato”, que foi atrás de descobrir se a origem da operação Lava Jato teve a ver com o FBI.
No início do ano, lançamos o Pública Explica, uma série de vídeos explicativos sobre temas relevantes atualmente, como racismo ambiental, direitos quilombolas, sistema de cotas e marco temporal. A série tem sido usada por professores em sala de aula.
Seguindo nossa missão de fomentar o jornalismo investigativo e independente no Brasil, lançamos neste ano a Rede de Fellows da Pública, que reúne mais de 100 jornalistas que já passaram por nosso programa de microbolsas. A rede de Fellows é um ambiente para trocas sobre jornalismo, oportunidades e eventos. Ao longo deste ano, as atividades da rede nos mostraram a importância de espaços como esse para formar e apoiar jornalistas por todo o Brasil.
Neste ano, também aumentamos significativamente nossa presença internacional. Publicamos reportagens em parceria com veículos como o britânico The Guardian e os estadunidenses Mother Jones, Mongabay e Texas Observer. Nossa equipe rodou pelo mundo para falar sobre o trabalho da Pública: estivemos em eventos internacionais de jornalismo na Itália, na Malásia, nos Estados Unidos, na França e na Argentina.
Por nosso trabalho, recebemos 10 prêmios em 2025 e tivemos profissionais reconhecidos com prêmios como o Maria Moors Cabot – o mais antigo de jornalismo internacional do mundo – e o Mais Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira. Com os reconhecimentos que recebemos ao longo do ano, chegamos a 90 prêmios conquistados na história da Pública.
2026 e os 15 anos da Pública
2025 foi um ano de muito trabalho, transformações e desafios. Cada vez mais, queremos ajudar nossos leitores a navegarem o caos informacional e a compreenderem os processos históricos pelos quais passam o Brasil e o mundo. Esse é um compromisso que assumimos para 2026.
Já estamos nos preparando para cobrir as eleições de 2026 e para fazer uma grande investigação sobre as bets, financiada por nossos Aliados. Em ano de Copa do Mundo, as apostas online infelizmente vão tirar ainda mais dinheiro dos brasileiros. Também seguiremos na cobertura das big techs, da crise climática e da desigualdade em nosso país. Além disso, teremos novos podcasts e projetos de fomento ao jornalismo vindo aí.
2026 será um ano muito especial para a Pública. Em março, vamos completar 15 anos de história. Estamos preparando uma série de ações e eventos para celebrar muito junto à comunidade de leitores, Aliados, jornalistas, parceiros e financiadores que construímos.
Chegamos até aqui com o apoio de muitas pessoas que acreditam que o jornalismo precisa seguir firme, forte e inovador. Neste ano, chegamos à histórica marca de 2 mil Aliados, que fazem doações recorrentes para a Pública e fortalecem nosso trabalho. Graças ao apoio de nossos dois mil aliados e demais parceiros, teremos muito o que investigar e celebrar em 2026. Até lá!
Reportagens mais lidas
Influenciadora Laura Sabino sobrevive a tentativa de assassinato e sofre ataques nas redes
Israel ataca Irã, Líbano, Iêmen, Síria e Gaza. Por quê? E o que vem depois?
“Anjo da morte”: Como médico nazista Josef Mengele viveu com regalia por 18 anos no Brasil
Parentes de acusados pela morte de Rubens Paiva acumulam milhões de seguidores nas redes
Além do Oscar: Ainda Estou Aqui pode afetar Lei da Anistia, levando 18 ações a julgamento
Reportagens de impacto
- Canabidiol superfaturado: Baseada em uma reportagem da Pública, a vereadora Amanda Paschoal (PSOL-SP) acionou o Ministério Público contra o Prefeito Ricardo Nunes (MDB) por suspeita de superfaturamento na compra de óleo de canabidiol pela Prefeitura de São Paulo. Nossa apuração revelou que a empresa vencedora da licitação tinha o preço mais alto, mas foi a única considerada apta pela prefeitura. Isso ocorreu porque o edital exigia que o produto tivesse Vitamina E e Ômega 3, um requisito considerado incomum e sem comprovação científica sólida.
- Uma imagem feita por nossa repórter Laura Scofield nas manifestações pró-Bolsonaro de 7 de setembro de 2022 foi mostrada e comentada pelo ministro Alexandre de Moraes em fala feita durante o julgamento da trama golpista para reforçar argumentos que levaram à condenação histórica de Jair Bolsonaro e outros integrantes de seu governo. A reportagem de onde a imagem foi tirada analisava os discursos dos cartazes dos apoiadores de Bolsonaro, que pediam intervenção militar, atacavam o STF e pediam Bolsonaro na presidência.
- Uma matéria da Pública sobre a venda do prédio do Presídio do Hipódromo (cárcere político usado na ditadura militar) motivou a deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) e a vereadora de São Paulo Amanda Paschoal (PSOL) a criarem um manifesto pelo tombamento definitivo do imóvel, citando um trecho de nossa reportagem e a linkando no final do documento.
- Em reportagem, contamos a história de Gabriel Jesus, jovem negro de 18 anos que foi preso injustamente, em novembro de 2024, sob acusação de furto. Após a publicação da matéria, uma psicóloga ofereceu atendimento gratuito a Gabriel e um advogado colocou-se à disposição para pagar um curso de direito ao jovem.
- Em estudo elaborado pelo mandato do deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL), em parceria com mais de 30 organizações sociais, uma reportagem da Pública foi utilizada para listar as omissões do governo paulista diante da crise climática e embasar uma denúncia contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na COP30. A matéria incluída no relatório revelava como a construção do novo Centro de Treinamento (CT) do Santos Futebol Clube, em Praia Grande, no litoral sul paulista, pode levar ao desmatamento de 90 mil metros quadrados de Mata Atlântica preservada. A construção foi anunciada pelo pai do jogador Neymar Jr, o empresário Neymar da Silva Santos, ao lado do empresário Julio Peralta, do prefeito da Praia Grande Alberto Mourão (União) e do presidente do Santos, Marcelo Teixeira.
- Natalia Viana, cofundadora e diretora executiva da Agência Pública, participou da audiência pública da Comissão Especial de Inteligência Artificial da Câmara dos Deputados, que debate o PL 2.338/2023, voltado à regulamentação da IA no país. Ao lado de especialistas e representantes do setor cultural, ela expôs como a IA já está afetando o jornalismo brasileiro. Ao defender o direito autoral e a valorização do conhecimento produzido no Brasil, Natália destacou a urgência de uma regulação que proteja jornalistas, criadores e o interesse público diante do crescente poder das Big Techs. Durante a audiência, o Deputado Orlando Silva elogiou a investigação sobre as Big Techs.
- Shirlei Gonçalves Penha Alves, esposa do secretário de Turismo de São Paulo e deputado estadual licenciado Rui Alves (Republicanos), pediu exoneração do cargo de assessora especial na Alesp, um dia após a publicação de uma reportagem da Pública que revelou que sua nomeação teria ocorrido a pedido de de seu marido. Segundo fontes ouvidas pela Pública, a justificativa seria compensar a redução de renda familiar após o deputado assumir a Secretaria Municipal de Turismo (Smtur), onde recebe pouco mais de R$ 30 mil (valor inferior ao que ganhava como parlamentar, com benefícios adicionais).
O julgamento de Jair
Desde os ataques de 8 de janeiro de 2023, a equipe da Agência Pública vem acompanhando de perto todos os desdobramentos do caso que colocou no banco dos réus o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e membros de seu governo, incluindo dezenas de militares da ativa e da reserva, acusados de tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes. A nossa cobertura trouxe não apenas reportagens e entrevistas, mas também produzimos um diário de julgamento em nove atos, detalhando cada etapa: da indicação por tentativa de golpe de Estado até a condenação em 11 de setembro. Além disso, produzimos um minidossiê sobre cada um dos 33 denunciados, cujos processos foram organizados em quatro núcleos temáticos.
De candidato a prisão: os detalhes incômodos da trajetória de Jair Bolsonaro
Pandemia de Covid-19: o julgamento que Jair Bolsonaro não enfrentou
E agora? PGR pede condenação de Bolsonaro e 7 réus do “núcleo central” da trama golpista
COP30
O Brasil recebeu, em novembro, a 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, o principal evento do mundo para discutir os esforços para conter o aquecimento global. Da mitigação à adaptação, das perdas e danos à transição energética, a Agência Pública conta histórias que se relacionam com os compromissos assumidos pelo Brasil, os gargalos para o seu cumprimento, além dos impactos da própria realização da COP30 no país.
‘Sempre foi com luta’: na COP30, indígenas resistem pelo clima e por nós
Linha de frente da crise climática toma as ruas de Belém
A mão invisível das big techs
Em 2025, publicamos uma investigação transnacional liderada pela Pública e pelo Centro Latinoamericano de Investigación Periodística (CLIP) sobre o lobby das Big Techs. Pela primeira vez, uma investigação colaborativa e transfronteiriça conseguiu identificar quase 3 mil ações de lobby das Big Techs realizadas em parlamentos e governos de todo o mundo.
O trabalho vinha sendo realizado desde 2024, reuniu 15 organizações e apresenta uma base de dados inédita que revela com evidências públicas o alcance da Mão Invisível das Big Techs. São 2977 ações de influência entre 2012 e 2025, 801 projetos de lei e mais de 315 processos envolvendo empresas de tecnologia, governos, empresas ou cidadãos. A Pública mostra como essas corporações conseguem moldar agendas políticas e regras que determinam seus negócios.
Como as Big Techs mataram o PL das Fake News
Pai de Luísa Canziani é secretário de Inteligência Artificial no Paraná
Como a “mão invisível” das Big Techs pressiona governos na América Latina
Crônica de Sábado
Neste ano, passamos a publicar crônicas em nosso site. Essa nova seção é um cantinho especial de textos autorais sobre fatos cotidianos, assinados por jornalistas de dentro e fora da casa, além de escritores convidados. É uma nova experiência de leitura, com estilos e histórias diferentes do que se costuma encontrar no nosso site. Nosso parceiro nessa empreitada é o Instituto Vera Cruz, que é referência na formação de escritores. Uma vez por mês, serão publicadas crônicas de alunos ou ex-alunos do Instituto. A seção Crônica de Sábado é editada pelo diretor da Pública Thiago Domenici e aceita colaborações externas.
Pública em áudio
Em 2025, o podcast Pauta Pública continuou trazendo debates importantes para os nossos ouvintes. Conduzido pela jornalista Andrea Dip, toda semana o Pauta Pública busca refletir sobre os desafios do Brasil e do mundo. Em sua quinta temporada, o podcast trouxe conversas que vão além do óbvio.
Episódios mais ouvidos:
EP 152
Trump e a posse dos techno brothers – com Guilherme Casarões
EP 162
“Adolescência”: a machosfera para além dos incels – com Marie Declercq
EP 163
O que fazer com essa tal ansiedade? – Com Alexandre Coimbra Amaral
Em 2025, o “Bom dia, fim do mundo”, primeiro videocast da Agência Pública, completou um ano no ar! O programa é apresentado semanalmente pela repórter Giovana Girardi, por Marina Amaral, co-fundadora e diretora executiva da Pública e pelo âncora Ricardo Terto, supervisor técnico de podcasts e áudio. Ao longo do ano discutimos diversos temas a partir da ótica do clima, como os bastidores da COP30, o lugar das crianças no enfrentamento da crise climática, o conflito entre Israel e Irã e a devastação ambiental como arma de guerra.
Em agosto, lançamos o podcast “Xingu em Disputa”, uma série em 4 episódios que mergulha na transformação forçada do rio Xingu depois de quase dez anos que a usina de Belo Monte barrou o rio e passou a “devorar” as águas que, antes, sustentavam a biodiversidade e a riqueza cultural do lugar. A repórter Isabel Seta mostrou a importância do trabalho dos povos tradicionais nessa história que começou faz tempo.
EP 1
Um rio escravizado
Neste ano, nos unimos à Rádio Novelo e ao Observatório do Clima para produzir uma temporada especial do podcast Tempo Quente. Ao longo de seis episódios, a jornalista Giovana Girardi conversa com especialistas de diferentes áreas para esclarecer temas ligados à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima — a COP30. Lançada em setembro, a temporada ofereceu um panorama do que estaria em jogo no evento realizado em novembro e no combate à crise climática.
EP 1
Por uma ruptura civilizacional | Esquenta pra COP30
Outra grande parceria da Pública em 2025 foi a áudio série Confidencial: as digitais do FBI na Lava Jato, produzida em parceria com a Audible. Ao longo dos episódios, as repórteres Natalia Viana, Alice Maciel e Amanda Audi investigam a ligação da Operação Lava Jato, iniciada em 2013, com o FBI e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Em 2020, nós já havíamos revelado detalhes dessa aliança polêmica e, desde então, nossas repórteres seguiram aprofundando a apuração. Foram mais de dez meses de investigação, percorrendo mais de 35 mil quilômetros, analisando 4 terabytes de documentos e entrevistando dezenas de pessoas. O resultado é um projeto que permite ao ouvinte acompanhar uma investigação em tempo real, conhecer personagens centrais dessa história e desvendar junto com a Pública até onde vão as digitais americanas na Lava Jato.
Em setembro, embarcamos em uma viagem no tempo com a jornalista Natalia Viana, que desmonta o imaginário popular das “mulheres que voam em vassouras” ao contar a verdadeira história da Caça às Bruxas de Salém. O podcast faz uma investigação histórica e jornalística sobre o que na verdade foram feminicídios cometidos pelo próprio Estado — processos legais conduzidos por juízes, com testemunhas e sentenças em tribunais legítimos que negavam às mulheres qualquer direito de defesa. O podcast, que contou com a participação de atores, teve grande repercussão, alcançando o 2º lugar no ranking de “Podcasts em Alta” do Spotify.
EP 1
Um estranho que chega
Colunas
A cada semana, nossos colunistas fazem análises exclusivas de assuntos como clima, democracia e tecnologia, política e direitos humanos. Nossas colunas ajudam a contribuir para o debate público e trazem a visão de jornalistas renomados sobre grandes temas da atualidade. Em 2025, tivemos a estreia do professor James Green, que escreve quinzenalmente às terças-feiras sobre o governo de Donald Trump.
As colunas de Natalia Viana, Marina Amaral e Giovana Girardi são enviadas antes para as pessoas inscritas em nossas newsletters. Inscreva-se em apublica.org/newsletter.
Em janeiro deste ano, lançamos o Pública Explica, uma série de vídeos da Agência Pública feita com apoio da Fundação Itaú, com o objetivo de expandir o alcance dos temas abordados em nossas reportagens e promover a formação do pensamento crítico a partir de vídeos que explicam conceitos essenciais sobre direitos humanos, apresentados em uma linguagem educativa, dinâmica e descomplicada. A primeira temporada da série teve seis vídeos, publicados em nosso canal de YouTube. Em 2026 tem mais!
Aliados
Em maio, a Pública lançou uma campanha de arrecadação para viabilizar uma investigação urgente: o avanço das casas de apostas online no Brasil, um mercado bilionário que cresce sem freios e impacta milhares de brasileiros todos os dias.
Mais de mil pessoas contribuíram para que a gente possa mergulhar em documentos, entrevistas e análises que vão revelar como esse setor opera e o que está em jogo para a sociedade. O resultado será uma série especial de reportagens que vai ao ar no primeiro semestre de 2026.
Este ano entrou para a história da Pública. Em novembro, chegamos à marca de 2 mil Aliados, nossos apoiadores recorrentes que garantem a sustentabilidade do nosso jornalismo no longo prazo.
E não paramos por aí. Neste fim de ano, uma nova campanha convida mais pessoas a valorizarem a soberania nacional apoiando o jornalismo brasileiro. Quem doar R$ 190 via Pix para contato@apublica.org ou se tornar Aliado em qualquer plano anual garante vaga em um curso exclusivo sobre Lawfare e as influências dos EUA no Brasil, que acontece em 2026.
Quer fazer parte disso? Saiba mais e contribua clicando aqui.
Prêmios
Em 2025, a Pública chegou à marca de 90 prêmios conquistados! Nossa equipe recebeu reconhecimentos inéditos, como o Prêmio Maria Moors Cabot para Natalia Viana e o Prêmio de Excelência Jornalística da Sociedade Interamericana de Imprensa para o projeto Escravizadores.
42º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo
O podcast Caso K – A história oculta do fundador da Casas Bahia ganhou menção honrosa na categoria áudio e a reportagem Como escritores, editoras e Academia Brasileira de Letras apoiaram a ditadura militar ficou em 3º lugar na categoria online.
Mais Admirados Jornalistas Negras e Negros da Imprensa Brasileira
A Pública foi a vencedora da categoria veículo geral. O editor Ed Wanderley ficou em 2º lugar na categoria áudio/texto e a videomaker Ethieny Karen ficou entre as cinco mais votadas na categoria profissional de vídeo.
Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados
O projeto Escravizadores ganhou na categoria investigação.
Maria Moors Cabot
Por sua atuação na criação da Pública e no campo do jornalismo independente, nossa fundadora Natalia Viana ganhou o Maria Moors Cabot, o prêmio mais antigo de jornalismo internacional do mundo.
CCNow Journalism Awards
Clima das Eleições foi vencedor na categoria grandes projetos e colaborações.
Prêmio Patrícia Acioli
O podcast Caso K foi vencedor na categoria reportagem jornalística.
Prêmio de Excelência Jornalística
O Projeto Escravizadores recebeu o 1º lugar na categoria “Jornalismo de dados e infografia” do Prêmio de Excelência Jornalística.
Prêmio de Jornalismo Digital Socioambiental
A reportagem “O branco matou a mamãe: ataques a indígenas Avá-Guarani vitimizam até crianças no PR” recebeu menção honrosa na categoria “Melhor Reportagem Socioambiental” do Prêmio de Jornalismo Digital Socioambiental.
3° Prêmio MOL de Jornalismo para a Solidariedade
A reportagem “Jovens quilombolas lutam por infraestrutura básica e direito de ir à escola na Bahia” venceu em 1º lugar na categoria Jornalismo Tradicional (Texto) do 3° Prêmio MOL de Jornalismo para a Solidariedade.
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