Semana terá acareação em caso do golpe de 8/1 e decisão sobre direitos de crianças no STF

Dois réus na ação que julga a trama golpista, que culminou com o ataque às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023, ficarão cara a cara na próxima quarta-feira (13). O coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, e o ajudante de ordens do ex-presidente tenente-coronel Mauro Cid farão uma acareação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da defesa de Câmara.

O objetivo seria confrontar versões divergentes sobre os ataques e sobre o suposto plano de assassinato de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Moraes. O procedimento é usado quando há contradições entre depoimentos, com o objetivo de esclarecer pontos da investigação.

Na quarta-feira (13), também no STF, haverá a análise da aplicação da Convenção de Haia sobre a Subtração Internacional de Crianças. As Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 4245 e 7686 julgam se o tratado de 1980, incorporado pelo Brasil, está sendo aplicado de forma compatível com a Constituição de 1988 e com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O debate envolve casos de repatriação de menores, especialmente em situações de violência doméstica, e busca definir se o princípio da proteção integral e garantias como o direito de defesa e a escuta da criança estão sendo devidamente respeitados.

Na terça-feira (12), o trabalho de comissões na Câmara dos Deputados supostamente volta a ocorrer, após um período de obstrução do plenário por parlamentares bolsonaristas que pressionaram os colegas para discutir a questão da anistia. O motim organizado por deputados de extrema direita e do Centrão foi encerrado após acordo para levar a para a pauta da Casa ainda nesta semana a discussão da anistia e de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) revendo a questão do foro privilegiado.

Até a quarta (13), a corregedoria da Câmara deve indicar a punição para alguns parlamentares, que podem ser até afastados do mandato por seis meses, a exemplo de Marcos Pollon (PL-MS), Zé Trovão (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC) e Marvel van Hattem (Novo-RS). A avaliação inicial da punição caberá ao deputado Diego Coronel (PSD-BA), corregedor da Câmara.

Ainda é incerto como serão reconduzidas as demais pautas na Casa, mas entre os destaques da agenda está a provável votação da nova faixa de isenção para o Imposto de Renda e reunião da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDHMIR) que vai debater o cenário de conflitos no campo.

Em 2024 houve 2.185 ocorrências violentas envolvendo disputas por terra, incluindo 13 assassinatos — o segundo maior número da década. Povos indígenas, posseiros, quilombolas e trabalhadores sem-terra foram os principais alvos desses confrontos, que também envolveram casos de resgate de pessoas em condições análogas à escravidão e denúncias de contaminação por agrotóxicos.

Estão na agenda da semana de 11 a 15 de agosto:

DIREITOS HUMANOS

POLÍTICA

Para ficar de olho:

Agenda da semana da Pública é um serviço apresentado aos leitores aos domingos e segundas, concebido com base nas informações dos portais da Câmara, Senado e STF.

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