Acusado de matar a então namorada, Paloma Jenifer Santos Ferreira, em 26 de setembro de 2024, Franco William de Lima Macedo (foto em destaque) irá a júri popular. A confirmação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) nessa sexta-feira (11/7).
A vítima era mãe de uma menina de 4 anos, fruto do relacionamento com Franco William. Atingida por um tiro no peito, ela não resistiu. Para o juiz que recebeu o processo, Franco William cometeu o crime “em virtude de sentimento de posse” em relação à vítima.
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Paloma Jenifer morreu aos 26 anos. Ainda segundo o processo, diversas testemunhas afirmaram que ela sofria violência doméstica frequentemente, além de ameaças feitas pelo então companheiro.
“Embora o acusado tenha sustentado a versão de que houve disparo acidental, essa tese somente poderia ser acolhida nesta fase se os elementos dos autos fossem unívocos, o que não é o caso, pois […], existem, também, indícios em sentido contrário, como relatos de violência doméstica, o local do ferimento (peito), a dinâmica posterior (possível fuga/ocultação da arma) e a conclusão do laudo […] da arma”, escreveu o magistrado.
Relembre o caso
- O feminicídio ocorreu na Colônia Agrícola Samambaia, em Vicente Pires.
- O criminoso matou Paloma Jenifer com um tiro no peito e fugiu para a casa do pai após o assassinato.
- Ele foi achado horas depois e segue preso desde então.
- Aos policiais e à Justiça, ele alegou que “o disparo foi acidental”.
- O casal se relacionou por cerca de três anos e teve uma filha, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e restrições de fala.
Depoimentos à Justiça
No processo, ao menos oito testemunhas prestaram depoimento. Uma delas, irmã de Paloma Jenifer, disse que Franco William “promovia diversas formas de violência, tanto física como psicológica e financeira” contra a vítima.
Além disso, a depoente contou que ele chegou a ameaçar a companheira antes do feminicídio, com uma arma de fogo, e que a filha dos dois, inclusive, “não conseguia dormir, chorando todas as noites”.
Uma segunda testemunha, que não teve a identidade divulgada, afirmou que a vítima tinha medo do namorado, pois ele ameaçava a filha do casal.
O pai de Franco William relatou que o acusado chegou em casa desesperado, confessou ter atirado e disse que o disparo acertou Paloma.
A testemunha do réu acrescentou que tentou acalmar o filho e que foi até o local do feminicídio, onde encontrou Paloma Jenifer “aparentemente morta”. Em seguida, chamou a polícia.
Ainda assim, o pai descreveu o filho como “exemplar” e “educado”. “Ele [o acusado] tem cinco filhos e mantém um bom relacionamento com as mães deles, mas começou a usar entorpecentes aos 15 anos, e a família tentou oferecer suporte para que ele parasse. No dia dos fatos, Franco estava visivelmente drogado e alterado”, relatou.
O acusado descreveu a morte da então namorada como um “acidente” e alegou que manuseava uma arma, a qual estaria sem munição, segundo ele acreditava, quando disparou acidentalmente e atingiu a vítima no peito.
Franco William também disse que tentou prestar socorro, “mas ela [a vítima] faleceu rapidamente”. Em relação à fuga, ele confirmou que levou a arma consigo após o ocorrido e que jogou fora as balas.
Além disso, expressou arrependimento, segundo o processo, e pediu perdão à família da vítima, bem como à filha do casal.