O preço médio do aluguel de salas comerciais no Brasil teve um aumento recorde de 7,88% em 2024, a maior variação desde o início do Índice FipeZap, em 2013. O valor médio do metro quadrado (m²) alcançou R$ 45,53, o que significa que alugar uma sala de 200 m² custa, em média, R$ 9,1 mil mensais.
Os dados, divulgados nesta terça-feira (21), mostram que a alta do FipeZap superou a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, que acumulou 4,83% no mesmo período. O índice também ficou acima do IGP-M, tradicionalmente utilizado como referência para reajuste de contratos de locação, que fechou 2024 em 6,54%.
De acordo com Paula Reis, economista do DataZap, o aumento reflete o aquecimento da economia brasileira. “A condição macroeconômica influenciou positivamente o mercado imobiliário de locação comercial, ampliando a demanda por bens e serviços e fomentando o comércio”, explica.
Entre as dez cidades analisadas, Niterói liderou o ranking de inflação no aluguel comercial, com alta de 17,84%, seguida por Curitiba (10,89%) e Rio de Janeiro (9,05%). Já São Paulo, maior cidade do país, registrou aumento de 7,13%, mas permanece com o metro quadrado mais caro.
O levantamento considera preços de anúncios para novos aluguéis e não incorpora correções periódicas de contratos vigentes.
No mercado de vendas, o preço médio do m² comercial registrou alta de 0,4% em 2024, atingindo R$ 8.421/m². Esse foi o primeiro aumento desde 2014, marcando um leve aquecimento após anos de retração.
Cidades como Curitiba (7,16%), Salvador (5,5%) e Niterói (2,4%) puxaram a alta nos preços de venda, enquanto Porto Alegre (-1,33%), Brasília (-1,5%) e Rio de Janeiro (-3,56%) apresentaram quedas.
O desempenho contrasta com o mercado residencial, que apresentou valorização mais significativa: o preço médio de venda subiu 7,73%, enquanto os aluguéis residenciais aumentaram 13,5%, alcançando R$ 48,12/m².
Especialistas destacam que a demanda por imóveis comerciais reflete a recuperação do mercado de trabalho e o aumento na circulação de bens e serviços. No entanto, o custo elevado pode gerar desafios para pequenos empreendedores que buscam expandir seus negócios.
Com o cenário econômico promissor, o mercado imobiliário comercial parece entrar em uma fase de recuperação, mas permanece suscetível a oscilações macroeconômicas e à capacidade de adaptação de empresas frente a custos crescentes.