O estudante de medicina Igor Rafael Oliveira Souza, 32 anos, morreu na última terça-feira (26/8), após ser abordado por seguranças de uma escola alemã em Santa Cruz de La Sierra, cidade a 550km de La Paz, capital da Bolívia. A polícia boliviana investiga e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil acompanha o caso.
Igor Rafael morava na Bolívia havia 10 anos e estava cursando o último período de medicina no país. O jovem era natural de Anápolis (GO), mas a família mora no Gama, região administrativa do DF.
A família acredita que os homens teriam matado Igor Rafael por asfixia durante a abordagem feita. Rafael teria tido um surto causado por um quadro depressivo e por uso de drogas. Pouco antes da abordagem que terminou na morte do brasileiro, ele foi visto entrando numa papelaria clamado por ajuda, por pensar que estava sendo perseguido.
O funcionário da papelaria teria acionado os seguranças, que carregaram Igor até a calçada para contê-lo. Quando uma ambulância chegou ao local, o brasileiro já estava sem vida.
O que diz o Ministério
O Ministério das Relações Exteriores, informou, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra, que tem conhecimento do caso e que presta a assistência consular à família do brasileiro. Entretanto, a pasta não informou qual é o tipo de assistência será realizada à família do jovem.
Em junho deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou o decreto que proibia o governo federal de custear o traslado de corpos de brasileiros mortos no exterior. A medida agora prevê que dificuldades financeiras e mortes que causam comoção sejam exceções, podendo ter os custos cobertos pelo MRE caso haja recursos disponíveis.
A medida foi tomada após a morte da Juliana Marins, aos 26 anos, natural de Niterói (RJ), que caiu de uma trilha em vulcão na Indonésia.
O novo decreto, que revoga o de 2017, apresenta as seguintes situações em que o Ministério das Relações Exteriores custeará o traslado:
- I – a família comprovar incapacidade financeira para o custeio das despesas com o traslado;
- II – as despesas com o traslado não estiverem cobertas por seguro contratado pelode cujusou em favor dele, ou previstas em contrato de trabalho se o deslocamento para o exterior tiver ocorrido a serviço;
- III – o falecimento ocorrer em circunstâncias que causem comoção; e
- IV – houver disponibilidade orçamentária e financeira.
Vaquinha
A mãe de Igor, a professora Neidimar Vieira, criou uma vaquinha com o intuito de arrecadar o custo do translado do corpo para o Brasil que teria um custo mínimo de R$ 26 mil. O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) está apoiando a profissional na divulgação da vaquinha.
“Meu filho era um jovem sonhador, querido por todos que o conheciam. Essa vaquinha foi feita para ajudar com o custo do translado do corpo para o Brasil e também com os custos do advogado, para que os responsáveis não fiquem impunes. É com grande sofrimento que venho pedir a colaboração de todos nesse momento. Obrigada!”, disse a mãe na vaquinha.
Até a mais recente atualização desta reportagem, mais de R$ 28 mil teriam sido arrecadados através de mais de 280 doações.