A partir desta sexta-feira (1º), a Caixa Econômica Federal ajustará suas condições de crédito imobiliário, exigindo maior entrada e financiando uma menor parcela do valor dos imóveis. A mudança afeta mutuários que desejam adquirir imóveis pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que utiliza recursos da poupança para financiamento habitacional.
Para quem optar pelo sistema de amortização constante (SAC), com prestações decrescentes ao longo do tempo, a entrada mínima aumentará de 20% para 30% do valor do imóvel. Já para o sistema Price, onde as parcelas são fixas, o valor inicial subirá de 30% para 50%. Em ambos os casos, o crédito só será liberado para aqueles que não possuam outro financiamento habitacional ativo com a Caixa.
Além disso, o valor máximo de avaliação dos imóveis financiados pelo SBPE será limitado a R$ 1,5 milhão. Anteriormente, essa limitação era válida apenas para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que oferece taxas de juros mais baixas, enquanto o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não possuía um teto de valor.
Segundo a Caixa, essas restrições não afetarão unidades habitacionais de empreendimentos já financiados pelo banco, onde as condições de crédito atuais serão mantidas. A medida ocorre em meio ao crescimento acelerado da carteira de crédito habitacional da Caixa, que registrou um aumento de 28,6% até setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2023, com um total de R$ 175 bilhões concedidos, dos quais R$ 63,5 bilhões foram pelo SBPE.
Em nota, a Caixa explicou que a medida é uma resposta ao aumento de retiradas na caderneta de poupança e às restrições sobre as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), dificultando a captação de recursos para o crédito habitacional. Em setembro, por exemplo, o Banco Central registrou saques líquidos de R$ 7,1 bilhões da poupança, o maior volume do ano.
A alta demanda por crédito na Caixa, impulsionada pela elevação das taxas em bancos privados, é outro fator que motivou o ajuste. A instituição ainda não confirmou se as novas exigências serão mantidas em 2025, quando o banco terá novo orçamento, ou se parte das medidas se tornará definitiva.