O fisiculturista João Vitor Neves Machado de Queiroz, natural de Criciúma, em Santa Catarina, morreu na última terça-feira (19/9) aos 25 anos devido a um câncer no mediastino. Segundo a família, o atleta havia descoberto o tumor em 15 de agosto e estava em tratamento há pouco mais de um mês.
João Vitor era profissional de fisiculturismo há seis anos. O atleta havia conquistado títulos em Novo Hamburgo (RS) e Balneário Camboriú (SC) e tinha competições marcadas para 2024.
Câncer no mediastino
Segundo o oncologista Daniel Vargas, do Grupo Oncoclinicas, o termo mediastino faz referência a uma cavidade localizada no peito que separa os dois pulmões das outras estruturas presentes na caixa torácica. Ele é dividido em três partes principais: mediastino anterior, médio e posterior.
“O tumor localizado no mediastino pode, na verdade, estar relacionado a vários cânceres, dependendo do órgão ou tecido que o originou. Alguns tipos de neoplasias que se originam no mediastino são linfomas, tumores do timo e neuroendócrinos, tumores germinativos e sarcoma”, explica Vargas.
O mediastino faz fronteira com o diafragma na parte inferior, com o esterno na parte da frente, a coluna vertebral na parte de trás e com a superfície da pleura parietal em suas laterais
“Ressalto que, em grande parte dos tumores desenvolvidos em pacientes jovens, as causas genéticas devem ser investigadas, pois algumas mutações de DNA transferidas hereditariamente dentro de uma família podem contribuir para o aumento do risco de câncer”, sinaliza Vargas.
Existe relação com anabolizantes?
Segundo o oncologista Bruno Oliveira, da Oncologia D’or Brasília, tumores mediastinais não têm relação com anabolizantes. “No entanto, é importante notar que alguns tumores malignos no fígado estão, de fato, relacionados ao uso de esteroides”, afirma.
Sinais e sintomas
Os principais sintomas estão relacionados à localização do câncer, que pode estar entre os pulmões, próximo ao esôfago e outras estruturas vasculares, ou o coração. Alguns dos possíveis sinais são:
Tosse seca;
Dificuldade para engolir ou respirar;
Cansaço excessivo;
Febre superior a 38 °C;
Perda de peso.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é realizado por exames de imagem e principalmente biópsia, coleta e análise do fragmento do tumor.
“A maioria dos tumores do mediastino pode ser tratada através de intervenção cirúrgica. O complemento com quimioterapia após a cirurgia, eventualmente, será necessário”, destaca Oliveira.
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