Alvo de representação no Conselho de Ética, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) afirma estar sendo alvo de uma armação para cassá-lo orquestrada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a quem chamou de “bandido” mais de uma vez. Presidente do colegiado, o deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA) o repreendeu e ambos bateram boca.
O parlamentar do Psol é alvo de representação do Novo sob a acusação de que teria agredido fisicamente um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). Em seu parecer preliminar, o relator Paulo Magalhães (PSD-BA) recomendou a admissibilidade do processo. Houve pedido de vista do deputado Chico Alencar (Psol-RJ).
“Se alguém tinha que perder o mandato para dizer isso, estou aqui à disposição para fazê-lo: o senhor Arthur Lira é um bandido, que está na presidência da Câmara dos Deputados”, disse Braga.
“Deputado Glauber, nós não vamos admitir esse tipo de colocação dentro do Conselho de Ética sobre o presidente da Câmara. Vossa excelência tem que usar o seu tempo para fazer a defesa dos atos que praticou dentro da Câmara”, rebateu Lomanto Júnior.
O deputado do Psol contestou o presidente do Conselho de Ética, reclamou de retaliação e afirmou que sua defesa “diz diretamente sobre a armação que há dentro do Conselho”.
“Não há existe armação nenhuma nesse Conselho, eu peço respeito a vossa excelência, que está sendo representado. Não existe armação nenhuma nesse Conselho. O senhor não pode dizer isso”, respondeu o presidente do colegiado.
“Minha defesa vai ser indicando quem arma para cassar o meu mandato. O que está acontecendo aqui é uma armação que está sendo articulada diretamente pelo presidente da Câmara, o senhor Arthur Lira. Vou dizer: O Lira é um bandido. Pronto, disse de novo”, repetiu Braga.
O presidente do Conselho de Ética pediu que o microfone de Braga fosse cortado enquanto o parlamentar do Psol fizesse ataques a Lira e ao colegiado. A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) disse que ele não poderia tomar a atitude.
“Se ele estiver acusando o Conselho de Ética de armação, eu posso cassar e vou cassar a palavra”, pontuou Lomanto Júnior. “Se eu não me engano, ele falou do presidente da Câmara. O senhor não é presidente da Câmara ao que me consta. Ele utilizou o termo bandido para o senhor Arthur Lira, não é mesmo?”, respondeu Sâmia.
Na sequência, Braga voltou a chamar Lira de “bandido”. “Quem articula o sequestro de bilhões do orçamento público como tem feito o senhor Arthur Lira é um bandido. Ora, eu agora não vou poder dizer a verdade?”.
