A Europa vem registrando temporadas de transmissão de doenças causadas por mosquitos mais longas e mais intensas, sobretudo no que diz respeito a casos de chikungunya e de febre do Nilo Ocidental.
O continente teve neste ano um número recorde de surtos dessas doenças, e a agência de saúde da União Europeia (UE) alerta que as mudanças climáticas estão contribuindo para um “novo normal” do fenômeno.
Leia também
Essa mudança é impulsionada por fatores climáticos e ambientais, como aumento das temperaturas, verões mais longos, invernos mais amenos e mudanças nos padrões de precipitação, que se combinam para criar um ambiente favorável para os mosquitos se proliferarem e transmitirem vírus, afirmou o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês).
“A Europa está entrando em uma nova fase, em que a transmissão mais longa, disseminada e intensa de doenças transmitidas por mosquitos está se tornando o novo normal”, disse a diretora do ECDC, Pamela Rendi-Wagner.
12 imagens



Fechar modal.
1 de 12
Dengue, zika e chikungunya são doenças cujos nomes são conhecidos no Brasil. Os três vírus transmitidos pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, têm maior incidência no país em períodos de chuva e calor, e apresentam sintomas parecidos, apesar de pequenas sutilezas os diferenciarem
Joao Paulo Burini
2 de 12
Febre, dor no corpo e manchas vermelhas são sintomas comuns da dengue e das outras as doenças. Apesar disso, a forma distinta como evoluem, a duração dos sintomas e o grau de complicação são algumas das diferenças entre elas
IAN HOOTON/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images
3 de 12
Estar atento aos sinais e saber identificar as distinções é importante para um diagnóstico e tratamento precisos, pois, apesar do que se pensa, essas doenças são perigosas e podem matar
boonchai wedmakawand/ Getty Images
4 de 12
Na dengue, os sinais e sintomas duram entre dois e sete dias. As complicações mais frequentes, além das já mencionadas, são dor abdominal, desidratação grave, problemas no fígado e neurológicos, além de dengue hemorrágica
Uwe Krejci/ Getty Images
5 de 12
Além disso, dores atrás dos olhos e sangramentos nas mucosas, como a boca e o nariz, também podem acontecer em pacientes que contraem a dengue
SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images
6 de 12
Os sintomas da zika são iguais aos da dengue, só que a infecção não costuma ser tão severa e passa mais rápido. Há, no entanto, um complicador caso a pessoa infectada esteja grávida
Sujata Jana / EyeEm/ Getty Images
7 de 12
Nestas situações, a doença pode prejudicar o bebê em formação causando microcefalia, alterações neurológicas e/ou síndrome de Guillain-Barré, no qual o sistema nervoso passa a atacar as células nervosas do próprio organismo
DIGICOMPHOTO/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images
8 de 12
Já os sintomas da chikungunya duram até 15 dias e, segundo especialistas, provoca mais dores no corpo, entre as três doenças
Peter Bannan/ Getty Images
9 de 12
Assim como a infecção pela zika, a chikungunya pode resultar em alterações neurológicas e síndrome de Guillain-Barré
Joao Paulo Burini/ Getty Images
10 de 12
Apesar de não existirem tratamentos para as doenças, há medicamentos que podem aliviar os sintomas, bem como a indicação de repouso total. Além disso, aspirinas não devem ser utilizadas, pois podem piorar o quadro do paciente
Milko/ Getty Images
11 de 12
Caso haja suspeita de infecção por qualquer um dos vírus, é importante ir ao hospital para identificar do que se trata e, assim, iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível
FG Trade/ Getty Images
12 de 12
O Aedes aegypti é um mosquito que se aproveita de lixo espalhado e locais mal cuidados e é favorecido pelo calor e pela chuva. Por isso, impedir a presença de água parada em sua casa, rua e empresa é o suficiente para travar a proliferação do inseto
Bloomberg Creative Photos/ Getty Images
Surtos de doenças de mosquitos em alta
O mosquito que pode transmitir o vírus chikungunya, o Aedes albopictus, também conhecido como mosquito-tigre-asiático, está agora estabelecido em 16 países europeus e 369 regiões, contra apenas 114 regiões há uma década, informou o ECDC.
A Europa registrou 27 surtos de chikungunya até agora em 2025, um novo recorde para o continente.
Pela primeira vez, foi relatado um caso adquirido localmente na região da Alsácia, na França, “uma ocorrência excepcional nessa latitude, o que sublinha a contínua expansão do risco de transmissão para o norte”, afirmou a agência.
Até 13 de agosto, oito países europeus haviam relatado 335 casos humanos adquiridos localmente de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental e 19 mortes, sendo a Itália o país mais afetado, com 274 infecções.
É o maior número de casos da doença no período em três anos, afirmou o ECDC, lembrando que o pico sazonal é previsto para agosto ou setembro.
“À medida que o panorama das doenças transmitidas por mosquitos evolui, mais pessoas na Europa estarão em risco no futuro”, disse Celine Gossner, chefe da seção de doenças transmitidas por alimentos, água e vetores e zoonóticas do ECDC.
A prevenção é mais importante do que nunca, tanto por meio de ações coordenadas de saúde pública quanto de medidas de proteção pessoal, disse ela.
O ECDC pediu às pessoas nas áreas afetadas que se protejam contra picadas de mosquito usando repelente, vestindo mangas compridas e calças e usando telas nas janelas e mosquiteiros nas camas.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!