Dono de padaria que sonegou R$ 15 milhões foi preso por furtar energia

A rede de padarias Sayonara, agora investigada por sonegar R$ 15 milhões em impostos, já havia sido alvo de outra operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em parceria com a Neoenergia Brasília, por furto de energia. Na ação, realizada em agosto de 2022, um dos proprietários, Wanderson Freitas de Abreu Lima, 44 anos, foi preso em flagrante.

A Operação Massa Fresca visava combater o furto de energia elétrica em todo o Distrito Federal. Durante a ação, duas padarias e uma pizzaria, todas localizadas no Gama, foram flagradas com irregularidades na medição consumida e mensurada pelos medidores.

Na unidade da Padaria Sayonara localizada na saída do Gama, a equipe constatou que a chave de aferição estava ligada de forma irregular, o que impedia que o relógio registrasse o consumo de energia.

Já na segunda loja, às margens da DF-001, foram encontrados dois dispositivos — um instalado dentro do medidor e outro na parte externa — que, juntos, abriam o circuito e impediam o funcionamento do equipamento. Em ambos os casos, o resultado era o mesmo: o consumo de energia não era registrado.

Segundo a PCDF, o volume de energia recuperado nos três estabelecimentos fiscalizados foi de 450 mil kWh, equivalente ao consumo de cerca de 2,5 mil residências por um mês.

Durante as fiscalizações nas padarias, Wanderson se apresentou como o proprietário dos estabelecimentos comerciais. Ele foi preso em flagrante por agentes da 20ª Delegacia de Polícia (Gama) por furto qualificado.

À época, o empresário passou por audiência de custódia e teve a liberdade provisória concedida pela Justiça do DF. Em 2023, Wanderson foi beneficiado pelo acordo de não persecução penal.

Entre as medidas alternativas, foi estabelecido a condição de não cometer crime ou ser processado durante o período do benefício, além de pagamento de prestação pecuniária no valor de R$ 7.560. A determinação transitou em julgado em agosto de 2023.

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Sonegação de R$ 15 milhões

A PCDF deflagrou, na manhã dessa quarta-feira (19/11), a Operação Bethlehem, que revelou um sofisticado esquema de sonegação fiscal envolvendo empresários do ramo de padarias e farmácias do DF. A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (DOT/Decor), aponta que o grupo teria deixado de recolher R$ 15,5 milhões em impostos entre 2017 e 2022.

De acordo com a PCDF, os empresários criaram uma empresa fantasma registrada em nome de dois “laranjas”: um sobrinho e um funcionário do contador responsável pela contabilidade da rede.

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A rede de padarias é acusada de sonegar mais de R$ 15 milhões entre 2015 e 2022

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Fachada da rede de padarias

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Rede de padarias Sayonara foi alvo de operação da PCDF

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Veículos e mais de R$ 100 mil foram apreendidos na operação desta quarta-feira (19/11)

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A Justiça determinou apreensão de bens para ressarcimento do prejuízo público

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A investigação aponta que o prejuízo ao erário é foi de R$ 15 milhões

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Em nome dessa empresa, eram habilitadas máquinas de cartão de crédito e débito, utilizadas para registrar vendas que não apareciam nos balanços oficiais das padarias e farmácias. Assim, o faturamento das empresas era artificialmente reduzido e os tributos, sonegados.

A fraude beneficiava diretamente os proprietários da rede, que atua principalmente na região do Gama. Para aprofundar as provas, a polícia cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em endereços no Gama, Santa Maria, Ceilândia e Valparaíso de Goiás (GO).

Além disso, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores equivalentes ao montante da dívida, cerca de R$ 15,5 milhões, como forma de ressarcir os cofres públicos e enfraquecer financeiramente o grupo criminoso.

Os investigados podem responder por sonegação fiscal, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar a 24 anos de prisão

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