Trabalhadores negros recebem cerca de 42% a menos do que brancos, amarelos e indígenas no Distrito Federal. Segundo o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), o rendimento médio dessa população é de R$ 3.816, enquanto o de pessoas não negras chega a R$ 6.568.
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No setor privado, os rendimentos dos trabalhadores negros assalariados com carteira assinada foram, em média, de R$ 2.652. Sem carteira assinada, o valor cai para R$ 2.491. Já no setor público, a remuneração girava em torno dos R$ 9.404. Entre os autônomos, a renda mensal fica em R$ 2.932 e, por fim, para os empregados domésticos a média é de pouco mais que um salário mínimo: R$ 1.560.
Entre os trabalhadores não negros, as diferenças também são marcantes: no setor privado, quem possui carteira assinada recebe R$ 3.918, enquanto os sem carteira ganham R$ 3.768. No setor público, o rendimento médio chega a R$ 12.470, e entre autônomos, a média é de R$ 3.926.
Os dados fazem parte do Boletim anual de Situação dos Trabalhadores Negros no DF, divulgado pelo IPEDF e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado nesta quinta-feira (20/11).
O levantamento mostra que, em 2024, a população em idade ativa no DF era majoritariamente negra, incluindo pessoas que se autodeclaravam pretas ou pardas, representavam 61,9% dos moradores com 14 anos ou mais. Esse percentual corresponde a aproximadamente 1,638 milhão de pessoas negras residentes na capital.
Quando se trata de moradores do DF em idade recrutável para o trabalho, 65,1% eram economicamente ativos, dos quais 41,2% eram negros e 23,9% não negros. Os demais 34,9% estavam fora do mercado, sendo 20,7% negros e 14,2% não negros.
Entre 2023 e 2024, o nível de ocupação cresceu mais intensamente entre a população negra (5,4%) do que entre a não negra (0,4%). Na análise por setores, a indústria de transformação apresentou o maior avanço entre trabalhadores negros (9,7%), seguida pelo comércio e reparação (7,5%), construção (5,0%) e serviços (4,6%).
Para trabalhadores não negros, houve crescimento da ocupação na construção (5,3%) e um leve aumento nos serviços (0,5%). Já na indústria de transformação houve queda de 5,9%, enquanto o comércio e reparação permaneceu estável.
