Após confessar à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) que matou o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior (foto em destaque), de 47, revelou novos detalhes em depoimento prestado nessa segunda-feira (18/8).
Ele alegou que não havia tomado a medicação para bipolaridade no dia do crime, que andava armado por medo e acrescentou que só não prestou socorro porque acreditava não ter acertado ninguém com o disparo.
Segundo o empresário, ele achava que responderia, no máximo, por porte ilegal de arma, já que a pistola pertencia à esposa — a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamego Balbino Nogueira — e teria sido levada sem o conhecimento dela.
Durante o trajeto ao trabalho, o empresário disse ter se perdido, entrando em um beco sem saída. Populares o orientaram a retornar, e foi nesse momento que ele retirou a arma da mochila e a posicionou debaixo da perna, chegando a manipulá-la.
Detalhes do depoimento:
- Renê contou que havia começado em um novo emprego em Betim há apenas uma semana.
- Por medo do trajeto desconhecido e considerado perigoso, decidiu pegar escondido a arma da esposa e guardá-la em sua mochila.
- Alegou que era a primeira vez que tocava no armamento particular, já que a esposa o proibia de ter acesso a armas.
- De acordo com ele, a pistola usada no crime não era a arma funcional da delegada, que fica guardada em uma caixa específica com o nome da servidora.
- Durante o trajeto ao trabalho, o empresário disse ter se perdido, entrando em um beco sem saída.
- Populares o orientaram a retornar, e foi nesse momento que ele retirou a arma da mochila e a posicionou debaixo da perna, chegando a manipulá-la.
Discussão no trânsito e “tiro acidental”
Na sequência, ele se deparou com um caminhão de lixo em uma rua estreita. Renê afirmou que a motorista do veículo deixou os carros à frente passarem, mas teria acelerado ao notar que ele tentaria passar. Ele, então, gritou: “Meu carro é largo, não vai passar”.
A motorista viu a arma dentro do carro e alertou os garis: “Ele está armado!”. Em seguida, um dos coletores, segundo Renê, aproximou-se e disse: “Quero ver ameaçar um homem”.
O empresário saiu do carro com a arma em mãos e apontou para o chão, fazendo com que o gari recuasse. Ainda segundo ele, ao perguntar se o coletor queria “resolver na mão”, a arma teria disparado acidentalmente.
“Achei que não tinha atingido ninguém”
Renê afirmou à polícia que não percebeu que havia acertado o disparo. Após tentar recuperar uma munição que caiu na rua e não conseguir, ele entrou novamente no carro e seguiu viagem até o trabalho. Disse que, se soubesse que alguém havia sido ferido, teria parado para prestar socorro.
O empresário também declarou que estava muito ansioso com o novo emprego e que, por conta disso, esqueceu-se de tomar sua medicação para bipolaridade naquele dia.
Apesar de não lembrar o nome do remédio, explicou que ele serve para estabilização do humor, ou, como descreveu, para “equilibrar a cabeça”.
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Laudemir de Souza Fernandes, gari assassinado em Belo Horizonte (MG)
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Empresário suspeito de matar gari, durante audiência de custódia
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Vídeo mostra agonia de gari ferido após ser baleado por empresário
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Renê da Silva Nogueira Junior, de 47 anos
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Foto nas redes sociais
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Mesmo investigada, delegada esposa de homicida de gari segue no cargo
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