Um enfermeiro do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) é acusado de dopar ao menos seis pacientes e furtar alianças de ouro deles. Dois dos casos foram registrados no mesmo dia, e uma das vítimas relatou à polícia ter amargado um prejuízo de, aproximadamente, R$ 9 mil.
Atendido no Pronto-Socorro do HRC após fraturar o braço, o técnico em refrigeração Weslley Araújo Vale, 40 anos, está entre os denunciantes. Ele teria ficado sonolento após receber uma medicação na veia e, pouco depois, perdido a consciência. Ao acordar, percebeu estar sem o anel de casamento no dedo.
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O mesmo teria acontecido com um segundo paciente, que era atendido ao lado da vítima. O enfermeiro teria abordado os dois homens e dito que ambos precisavam trocar o acesso venoso, devido a um vazamento.
“Minha esposa e eu reparamos que fiquei sem aliança. Chegamos a desconfiar de um paciente que estava ao meu lado. Mas, quando ele acordou após ser medicado, também percebeu que teve o anel furtado”, detalhou Weslley.
Modus operandi
Os dois pacientes que tiveram os bens levados reportaram o caso à diretoria do HRC. Um funcionário da unidade de saúde chegou a afirmar a eles que o mesmo servidor havia sido alvo de denúncias anteriores e do mesmo tipo.
Ainda segundo Weslley, o enfermeiro também teria oferecido uma medicação à esposa do paciente ao lado. “Ele [o profissional de saúde] disse que era algo para ela ficar mais calma. Mas, como ela é farmacêutica, percebeu que se tratava de um remédio para dormir”, completou.
Os casos acenderam um alerta entre pacientes furtados anteriormente no HRC e pelo mesmo enfermeiro. Assim, cinco pessoas se juntaram a Weslley e registraram boletim de ocorrência na 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro).
O modus operandi do profissional de saúde teria sido o mesmo adotado contra todas as vítimas. “Ele abordava os pacientes, falava que trocaria a medicação e, em seguida, todos apagavam. A coincidência é que todos tivemos as alianças de ouro roubadas. Ele gosta de ouro”, afirmou o técnico em refrigeração, que teve um prejuízo de R$ 5 mil.
“Meu intuito em denunciar é de que outras pessoas não corram risco de saúde e não tenham objetos furtados. Queremos que esse homem seja preso”, cobrou Weslley.
O caso é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Em resposta ao Metrópoles, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que o enfermeiro foi identificado e afastado das funções, para que os fatos sejam apurados, e as providências necessárias, adotadas.