Um estudo feito por pesquisadores dos Estados Unidos mostrou que o corpo humano produz, durante a prática de exercícios físicos, uma molécula capaz de reduzir o apetite e estimular a queima de energia.
Esse composto, chamado Lac-Phe, é formado a partir do lactato gerado durante o esforço físico e pode enganar o organismo, ativando mecanismos semelhantes aos que ocorrem após uma sessão de treino.
Os autores do estudo, publicado em setembro na revista científica Nature Metabolism, acreditam que a descoberta poderá contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos contra obesidade, diabetes e outras doenças relacionadas ao metabolismo.
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Os pesquisadores da Universidade Stanford e da Faculdade de Medicina Baylor, instituição que coordenou o estudo, descobriram que o Lac-Phe atua diretamente em regiões do cérebro ligadas à sensação de fome, silenciando neurônios que estimulam a vontade de comer.
Nos experimentos feitos em camundongos, eles conseguiram ativar e silenciar a molécula como um interruptor, para avaliar os efeitos dela. O resultado foi claro: quando o Lac-Phe estava ativo, os animais comeram menos e gastaram mais energia. Ao bloquear o efeito da molécula, essa resposta desapareceu, confirmando o papel central do mecanismo.
Assim, o metabolismo passa a funcionar como se a pessoa tivesse acabado de se exercitar, mesmo sem movimento real. A pesquisa mostra que, no futuro, pode ser possível criar terapias que reproduzam alguns efeitos do exercício em pessoas com limitações físicas.
Apesar do avanço, os especialistas reforçam que a descoberta ainda está em fase inicial e foi testada apenas em animais. Os benefícios do exercício vão muito além da regulação da fome — como a melhora da saúde cardiovascular e mental — e não podem ser substituídos.
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