A diferença de valores entre colégios militares do Distrito Federal tem provocado indignação entre famílias de estudantes do Colégio Militar Dom Pedro II (CMDPII), ligado ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). Os responsáveis usam como comparativo, o valor do Colégio Militar Tiradentes (CMT), vinculado à Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Alguns familiares de alunos do colégio militar dos bombeiross se reuniram e discutiram a discrepância. Eles afirmam que o valor atualmente estabelecido em R$ 1.570,75 para o ensino médio, tornou-se inviável para grande parte dos servidores, enquanto o CMT, vinculado à Polícia Militar, cobra R$ 186 de forma voluntária, sem risco de desligamento para alunos cujas famílias não possam contribuir.
Para essas famílias, o valor elevado representa um peso financeiro incompatível com a renda de servidores de base da corporação, especialmente quando há mais de um filho matriculado: “É desanimador ver um bombeiro que arrisca a vida em serviço não conseguir pagar escola criada justamente para os filhos da corporação”, desabafa um dos pais, que prefere não se identificar.
Atitudes tomadas até o momento
Diante do cenário, esses responsáveis organizaram uma Comissão de Representantes do CMDPII, que, segundo os representantes da comissão, já reuniu mais de 2,5 mil assinaturas em um abaixo-assinado.
O grupo alega que enviou um ofício ao governador Ibaneis Rocha onde solicita que o colégio seja incluído na Lei Orçamentária do DF, ou incorporado à estrutura orçamentária do Corpo de Bombeiros, nos mesmos moldes do Colégio Tiradentes.
“Não estamos pedindo privilégios, e sim igualdade. Queremos que o Colégio Dom Pedro II receba o mesmo apoio público dado ao Tiradentes. É uma questão de justiça e respeito aos bombeiros e suas famílias”, afirmou um dos representantes da comissão.
Posicionamento do Corpo de Bombeiros
Em nota, o CBMDF informou que o CMDPII não dispõe de dotação orçamentária específica para educação básica, mas que a corporação busca parcerias com a Secretaria de Educação para tentar reduzir os custos cobrados das famílias.
Segundo o CBMDF, desde a criação do colégio, sua manutenção ocorre por meio de convênio com uma entidade co-mantenedora, que arrecada as contribuições diretamente dos pais, conforme lei federais e decretos distritais.
A corporação explicou ainda que a diferença em relação ao Colégio Militar Tiradentes decorre de estruturas de financiamento distintas: o Dom Pedro II depende exclusivamente das contribuições familiares, enquanto o Tiradentes integra a estrutura da PMDF e conta com fontes de recursos públicos, o que permite valores reduzidos e, até não obrigatórios.
O Corpo de Bombeiros afirmou que a regulamentação sobre o financiamento de instituições conveniadas é atribuição do Poder Legislativo, e cabe à corporação atuar dentro dos limites legais e normativos.