O Distrito Federal se prepara para enfrentar o período crítico da seca, com possíveis cenários de longa estiagem e eventuais queimadas. No ano passado, por exemplo, cerca de 45,8% da Floresta Nacional (Flona) de Brasília foi destruída por um incêndio criminoso, provocado em setembro.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou que, caso nenhuma ocorrência desse tipo seja registrada novamente, a vegetação da floresta pode demorar até 20 anos para se recuperar dos prejuízos.
Crime ambiental em números
- Área total da Flona (glebas 1 e 4): 5.640 hectares (ha)
- Gleba 1: 3.753 ha
- Gleba 4: 1.887 ha
- Área queimada: 2.586 ha (45,8% do total)
Atual chefe da Flona de Brasília, Fábio Miranda informou que, devido ao grande impacto dos incêndios de 2024, os registros desse tipo podem ser menores na área desta vez.
“Vamos verificar isso, de acordo com as condições climáticas, mas a tendência é de que este ano seja mais tranquilo. Como uma grande área foi queimada no ano passado, a quantidade de material combustível que há [na Flona] agora é muito menor”, comparou.
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Fábio acrescentou que, caso um novo incêndio ocorra, a vegetação levará ainda mais tempo para se recuperar. “Esse é nosso grande desafio. Se acontece um novo incêndio, daremos vários passos para trás”, alertou.
“Incêndios causam mudanças na dinâmica da vegetação. Por mais que o Cerrado seja resistente, ele perde a flora. Na Flona, percebemos um raleamento da vegetação, um predomínio de espécies mais adaptadas ao fogo e o aumento de espécies invasoras – que são difíceis de erradicar, como alguns tipos de capim”, detalhou Fábio.
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O chefe da floresta também lembrou que incêndios provocados por fenômenos naturais são raríssimos, pois não há raios neste período e, nas fases chuvosas do ano, o fogo dificilmente se alastra caso se tenham registros de descargas elétricas.
“Para se ter um incêndio, são necessários três fatores: oxigênio, material combustível e a faísca. E ela pode se dar por meios naturais, mas, com certeza, não caiu raio na Flona no ano passado. Então, todos os incêndios foram provocados; por isso, é tão importante investir nas ações de fiscalização e educação”, ressaltou.
Presos
Em junho último, a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF), e os dois acusados de provocar o incêndio na Flona intencionalmente se tornaram réus.
Juiz Federal Titular da 10ª Vara, Antônio Cláudio Macedo concluiu que os dois devem responder penalmente pela destruição ambiental. O processo continua a tramitar.
Os acusados são Abrão Pereira de Andrade Neto e Jairton Luis dos Santos Netto. Se condenados, eles podem receber pena superior a 9 anos de reclusão pelos crimes de causar incêndio florestal, dano a unidade de conservação, entre outros.