Em meio ao debate sobre o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a necessidade de reformas estruturais para garantir a estabilidade econômica do país a médio e longo prazo. Durante entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (2), em Brasília, Haddad afirmou que essas reformas “dão conforto” ao Brasil e que não abrirá mão do compromisso com as metas fiscais para 2025.
“Eu tenho duas alternativas. Uma é, com uma medida regulatória, resolver o problema de forma paliativa para cumprir as metas do ano, a outra, que interessa mais à Fazenda, é voltar para as reformas estruturais”, explicou o ministro. Segundo ele, os avanços obtidos em 2023, que resultaram em melhora da avaliação do país por agências de risco, evidenciam o impacto positivo dessas ações. “Ganhamos nota com as agências de risco, ganhamos prestígio, os investimentos voltaram”, destacou.
O governo federal tem até dez dias para apresentar uma alternativa ao decreto que elevou as alíquotas do IOF, conforme prazo estabelecido pelo Congresso Nacional. Haddad disse ver sintonia entre o Executivo, a Câmara e o Senado, mas reconheceu que a decisão final cabe ao Legislativo. “Se houver uma compreensão de que é hora de avançar, acredito que vamos dar uma perspectiva muito mais sustentável, sem essas medidas paliativas”, afirmou.
De acordo com nota do Ministério da Fazenda, as alterações no IOF fazem parte do esforço de consolidação fiscal, com foco na correção de distorções e na harmonização da política monetária e fiscal. A pasta ressalta ainda que a medida busca reduzir a volatilidade cambial e criar um ambiente macroeconômico mais estável, o que pode favorecer investimentos de longo prazo no país.