Ibovespa Bate Recorde Histórico de Fechamento Após Encontro Lula-Trump e Otimismo Global

Índice da B3 encerra o dia aos 146.969 pontos, alta de 0,55%, impulsionado por bancos e Petrobras; Dólar cai a R$ 5,37 com sinais de acordo comercial entre Brasil e EUA e alívio nas tensões China-EUA.

Foto: Reprodução

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O mercado financeiro brasileiro viveu uma segunda-feira de euforia e recordes. Em um dia marcado por um otimismo global e reflexos do bem-sucedido encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Ásia, o Índice Bovespa (Ibovespa/B3) encerrou as operações no maior patamar de fechamento da sua história, aos 146.969 pontos, após registrar uma valorização de 0,55%.

O desempenho histórico do índice, que superou a máxima anterior, também foi acompanhado por um pico intradiário inédito, atingindo a marca de 147.976 pontos ao longo do pregão.

A força da bolsa foi sustentada principalmente pelas ações de grandes instituições financeiras e estatais. Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) se destacaram com um avanço de 1,61%. Na mesma toada, as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) e da holding Itaú (ITSA4) registraram altas de 0,83% e 0,35%, respectivamente. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) também contribuíram positivamente, subindo 0,69%.

Para analistas, a disparada do Ibovespa é multifatorial, mas o cenário externo mais favorável é o principal motor. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, aponta que o resultado foi sustentado pelo aumento do apetite por risco no Brasil, reflexo direto do alívio nas tensões comerciais globais.

“O principal combustível desse movimento foi o otimismo global decorrente de sinais de que os EUA e a China estariam próximos de um entendimento que reduziria tensões comerciais, o que fortalece o apetite por ativos de mercados emergentes como o Brasil”, explica Lima.

A expectativa pela reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, prevista para esta quinta-feira (30/10), injetou confiança no mercado internacional.

No âmbito doméstico, o mercado reagiu com entusiasmo ao avanço das negociações entre Brasil e Estados Unidos, após o encontro entre Lula e Trump. A confiança mútua em um acordo comercial benéfico para os dois países foi um fator crucial.

“O receio de escalada de conflito comercial se aliviou, favorecendo o humor de investidores locais, que enxergam uma possível reabertura ou intensificação do comércio Brasil–EUA como suporte para crescimento de exportações, câmbio e lucro corporativo”, ressalta Lima.

Refletindo o bom humor e o fluxo positivo, o dólar comercial fechou o dia em queda de 0,42%, cotado a R$ 5,37.

Nos Estados Unidos, as bolsas também fecharam no azul. O índice Dow Jones subiu 0,71%, o Nasdaq avançou 1,23% e o S&P 500 teve alta de 1,86%. O otimismo é alimentado pela expectativa nas negociações internacionais e, internamente, por dados de inflação mais brandos.

Renan Silva, economista-chefe da Bluemetrix Asset, destaca que o mercado norte-americano segue otimista após a divulgação de um Índice de Preços ao Consumidor (IPC) abaixo do esperado.

“A maior parte das apostas no mercado financeiro acreditam em mais dois cortes de juros por parte do Federal Reserve. E isso pode gerar um fluxo positivo para nossa bolsa de valores que tem descontos bastante significativos em dólar”, conclui o especialista.

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