O mercado financeiro revisou para cima as previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, e para a taxa básica de juros, a Selic. As estimativas foram divulgadas nesta segunda-feira (2) no Boletim Focus, publicação semanal do Banco Central.
A previsão do IPCA para 2024 subiu de 4,63% para 4,71%, superando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (1,5% a 4,5%).
Para 2025, a projeção também foi ajustada para cima, passando de 4,34% para 4,4%. Já para 2026 e 2027, as estimativas indicam inflação de 3,81% e 3,5%, respectivamente, já sob o sistema de meta contínua que será implementado a partir de 2025.
A inflação acumulada em 12 meses, medida pelo IPCA, fechou outubro em 4,76%, influenciada por altas nos gastos com habitação e alimentação, conforme o IBGE. O dado de novembro será divulgado no próximo dia 10.
Para conter a inflação, o Banco Central elevou a Selic para 11,25% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), refletindo as incertezas da economia global e a recente alta do dólar.
Após um período de cortes na taxa, a Selic voltou a subir em setembro deste ano, consolidando um ciclo de aperto monetário. O mercado prevê que a taxa encerrará 2024 em 11,75%, e poderá subir para 12,63% em 2025. Em 2026 e 2027, espera-se redução para 10,5% e 9,5%, respectivamente.
Taxas mais altas têm como objetivo conter o aquecimento da demanda e, consequentemente, a pressão inflacionária. No entanto, também encarecem o crédito e podem frear o crescimento econômico.
PIB e Dólar
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 1,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro, superando expectativas. Para 2024, o mercado ajustou a previsão de crescimento econômico de 3,17% para 3,22%. Em 2023, o PIB cresceu 2,9%, alcançando R$ 10,9 trilhões.
A cotação do dólar também segue em alta. Para o fim de 2024, a moeda norte-americana deve atingir R$ 5,70, e, para 2025, espera-se uma leve queda para R$ 5,60.
Com expectativas de inflação e juros pressionados, o cenário econômico brasileiro apresenta desafios significativos, demandando medidas cautelosas por parte do Banco Central para equilibrar crescimento e estabilidade.