O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), merece a presunção de inocência após ter sido indiciado pela Polícia Federal (PF). Juscelino Filho é acusado de corrupção passiva, fraude em licitações e participação em organização criminosa em obras de pavimentação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), quando atuava como deputado federal pelo Maranhão.
“É fundamental que respeitemos o princípio da presunção de inocência. Juscelino Filho tem o direito de se defender e de provar sua inocência antes que qualquer julgamento seja feito. A justiça deve seguir seu curso sem pressões externas”, declarou Lula durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
O indiciamento de Juscelino Filho pela PF decorre de uma investigação sobre irregularidades em contratos de obras de pavimentação geridos pela Codevasf. A estatal, que é responsável pelo desenvolvimento regional em áreas abrangidas pelos rios São Francisco e Parnaíba, tem sido alvo de escrutínio devido a alegações de má gestão e corrupção.
Lula enfatizou a importância de confiar no sistema judiciário brasileiro e de garantir um processo justo e imparcial para todos os envolvidos. “A presunção de inocência é um pilar fundamental do nosso sistema jurídico e democrático. Devemos permitir que as investigações continuem e que todas as evidências sejam apresentadas antes de qualquer condenação pública”, disse o presidente.
O caso de Juscelino Filho coloca o governo em uma posição delicada, exigindo um equilíbrio entre a defesa de princípios democráticos e a necessidade de transparência e responsabilidade pública. A oposição tem usado o indiciamento para criticar a administração, argumentando que a presença de um ministro sob investigação pode comprometer a credibilidade do governo.
Em resposta às críticas, Lula reafirmou seu compromisso com a ética e a integridade na administração pública. “Nosso governo não compactua com a corrupção. Qualquer membro da nossa equipe que seja comprovadamente culpado de atos ilícitos enfrentará as consequências legais. No entanto, até que isso aconteça, devemos respeitar os direitos de defesa e o devido processo legal”, concluiu.
A situação de Juscelino Filho será acompanhada de perto nas próximas semanas, à medida que as investigações avançam e novos detalhes surgem. O desenrolar deste caso terá implicações significativas para o cenário político e para a percepção pública sobre o comprometimento do governo com a transparência e a justiça.