O presidente Nicolás Maduro venceu as eleições na Venezuela com 5.150.092 votos, 51,20% do total, afirmou o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, em um relatório de resultados que, segundo ele, refletiu 80% das atas examinadas.
Com este resultado, Maduro é reeleito pela segunda vez e iniciará um terceiro mandato à frente do Executivo, que se estenderá de janeiro de 2025 a janeiro de 2031.
Nomeado pelo governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Maduro superou o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, da Plataforma Democrática Unitária (PUD), que obteve 4.445.978 votos, ou 44,2% do total.
No seu discurso após o relatório da autoridade eleitoral, Maduro disse que “haverá paz, estabilidade e justiça” no país e denunciou um “hack massivo” que pretendia impedir a CNE de divulgar os resultados.
“Este é um triunfo da esperança, da verdade, do caminho indicado pelo nosso comandante Hugo Chávez para construir uma sociedade alternativa ao capitalismo selvagem”, disse ele. Dessa forma, Maduro dá continuidade ao chavismo no poder, que chegou em 1999 pelas mãos de Hugo Chávez.
Em 2013, após a morte de Chávez, Maduro assumiu uma posição da qual não saiu desde então.
Após o anúncio da vitória de Maduro nas eleições na Venezuela, autoridades internacionais questionaram os resultados. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, demonstrou preocupações de que o “resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”.
O vice-presidente da Comissão da União Europeia, Josep Borrell Fontelles, disse que a vontade dos venezuelanos deve ser respeitada e que “é vital assegurar a total transparência do processo eleitoral, incluindo a contagem detalhada dos votos e o acesso às atas de votação das mesas eleitorais”.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, contestou a vitória de Maduro e afirmou que o Chile não reconhecerá “resultado que não seja verificável”.
Nas redes sociais, Boric disse que “a comunidade internacional e sobretudo o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das ações e do processo, e os auditores internacionais não se comprometem com o governo na conta da veracidade dos resultados”.
O presidente do Peru, Javier Gonzalez-Olaecha, condenou, segundo ele, ” a soma de irregularidades com a intenção de fraude cometida pelo governo venezuelano”. Antes do resultado das eleições, o presidente da Argentina, Javier Milei, já havia dito que não iria reconhecer o que chamou de “outra fraude” e defendeu que as Forças Armadas “defendam a democracia e a vontade popular”.
Após os resultados, o argentino republicou o mesmo texto duas vezes.
Maduro respondeu às críticas e chamou Milei de “bicho covarde”, “traidor da pátria” e “facista e nazista”. O Ministro do Exterior da Espanha, José Manuel Albares, disse que a vontade democrática deve ser respeitada e pediu a apresentação das atas de todas as mesas eleitorais para garantir a verificação dos resultados.
Uma auditoria independente e a contagem total dos votos foi o pedido do ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo. Governo e oposição divergem sobre o resultado das eleições. A líder da oposição venezuelana Maria Corina disse que as pesquisas mostram vitória de González por 70% a 30%. Ela fez um apelo para que a população acompanhe a liberação das atas.