A pesquisa realizada por médicos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, foi publicada nesta quarta-feria (20/9) na revista Diabetologia, da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes.
Foram analisadas 93 mil pessoas do Reino Unido sem histórico da doença. Os pesquisadores monitoraram todos os exercícios físicos realizados em uma semana por meio de um relógio inteligente, e depois os participantes foram acompanhados por sete anos para verificar o desenvolvimento da diabetes.
Os médicos dividiram os voluntários em três faixas de horário de exercícios: entre 6h e 12h (manhã); 12h e 18h (tarde); e de 18h à 0h (noite). Os madrugadores, entre 0h e 6h, não representaram uma quantidade suficiente de pessoas para que os índices fossem avaliados.
Pesquisa observou pessoas que se exercitavam em várias faixas de horário e descobriu que malhar de manhã é melhor que a noite para combater a diabetes
Como a pesquisa comparou os resultados?
Os voluntários que se exercitavam pela manhã tiveram em média 10% menos chance de desenvolver diabetes tipo 2 para cada múltiplo de equivalente metabólico (MET) acumulado, enquanto a atividade física vespertina diminuiu em 9% o risco de ter a doença.
Os METs são códigos de exercício físico usados por nutricionistas para avaliar o desempenho metabólico do corpo. Uma hora de aula de dança, por exemplo, leva a um acúmulo de cinco METs. Musculação em alta intensidade pelo mesmo período pode acumular aproximadamente seis pontos.
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A diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Grave e, durante boa parte do tempo, silenciosa, ela pode afetar vários órgãos do corpo, tais como: olhos, rins, nervos e coração, quando não tratada Oscar Wong/ Getty Images
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A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas moodboard/ Getty Images
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A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpo Peter Dazeley/ Getty Images
Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o mal Peter Cade/ Getty Images
A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais Maskot/ Getty Images
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Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta Artur Debat/ Getty Images
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A diabetes gestacional acomete grávidas que, em geral, apresentam histórico familiar da doença. A resistência à insulina ocorre especialmente a partir do segundo trimestre e pode causar complicações para o bebê, como má formação, prematuridade, problemas respiratórios, entre outros Chris Beavon/ Getty Images
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Além dessas, existem ainda outras formas de desenvolver a doença, apesar de raras. Algumas delas são: devido a doenças no pâncreas, defeito genético, por doenças endócrinas ou por uso de medicamento Guido Mieth/ Getty Images
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É comum também a utilização do termo pré-diabetes, que indica o aumento considerável de açúcar no sangue, mas não o suficiente para diagnosticar a doença GSO Images/ Getty Images
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Os sintomas da diabetes podem variar dependendo do tipo. No entanto, de forma geral, são: sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Histórico familiar e obesidade são fatores de risco Thanasis Zovoilis/ Getty Images
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Alguns outros sinais também podem indicar a presença da doença, como saliências ósseas nos pés e insensibilidade na região, visão embaçada, presença frequente de micoses e infecções Peter Dazeley/ Getty Images
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O diagnóstico é feito após exames de rotina, como o teste de glicemia em jejum, que mede a quantidade de glicose no sangue. Os valores de referência são: inferior a 99 mg/dL (normal), entre 100 a 125 mg/dL (pré-diabetes), acima de 126 mg/dL (Diabetes) Panyawat Boontanom / EyeEm/ Getty Images
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Qualquer que seja o tipo da doença, o principal tratamento é controlar os níveis de glicose. Manter uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios ajudam a manter o peso saudável e os índices glicêmicos e de colesterol sob controle Oscar Wong/ Getty Images
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Quando a diabetes não é tratada devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressão Image Source/ Getty Images
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Intensidade é chave contra diabetes
No entanto, realizar exercícios de moderados a vigorosos, mesmo no período noturno, ajudou a manter controlados os níveis de açúcar do corpo, especialmente quando os dados foram comparados com os de sedentários. Ou seja, mais que o horário, a intensidade da prática parece ser chave no controle da doença.
Quanto maior a quantidade de METs acumulados no período da manhã e da tarde, menor era a chance proporcional de ter diabetes futuramente. Por isso, as descobertas também sugerem que é importante incluir alguma atividade de maior intensidade ao longo da semana para prevenir a diabetes tipo 2.
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