Protocolos de enfrentamento à violência nas escolas elaborados pela Secretaria de Educação do Distrito Federal colaboraram para a evitar que dois estudantes da rede pública (um deles na foto em destaque) colocassem em prática um massacre. A informação é da chefe da pasta, Hélvia Paranaguá.
“Certamente o protocolo ajudou, porque já estava sendo aplicado na prática pelo trabalho em rede, que já é uma realidade da secretaria, entre as várias unidades. Além disso, desde o ano passado, a SEDF tem feito formações com os profissionais das escolas sobre bullying, cyberbullying e cuidado com as redes sociais”, explicou a secretária.
As ações de enfrentamento à violência foram colocadas em prática na última semana, quando a Coordenação Regional de Ensino (CRE) da região administrativa onde fica a escola tomou conhecimento do plano de dois alunos que compartilhavam discursos de ódio em plataformas on-line e pretendiam executar um massacre.
Veja as imagens dos planos dos adolescentes:
O jovem contou que a sua mãe descobriu os planos ao acessar o seu celular
Material cedido ao Metrópoles2 de 7
Os jovens chamaram o plano de jogar bombas caseiras no centro de Brasília de “bomba anarquista com vodka”
Material cedido ao Metrópoles3 de 7
Uma suástica nazista foi desenhada com poeira
Material cedido ao Metrópoles4 de 7
Um sol negro, símbolo do movimento nazista, foi desenhado por eles em uma praça pública
Material cedido ao Metrópoles5 de 7
Os jovens desenharam caricatura de Hitler
Material cedido ao Metrópoles6 de 7
Armas caseiras foram fabricadas pelos adolescentes de 17 anos
Material cedido ao Metrópoles7 de 7
O jovem usou a arma caseira no quintal de casa
Material cedido ao Metrópoles
Ao tomar ciência do caso, os professores acionaram a Secretaria de Educação, que, por sua vez, levou a denúncia à Polícia Civil (PCDF). Um dos menores foi apreendido e o outro, encaminhado para acompanhamento e tratamento psiquiátrico.
“A secretaria tem focado muito nessa política de cultura de paz. A gente tem feito um trabalho muito consistente com as escolas, criando, inclusive, os seus projetos individuais. Nós montamos todo um manual com as melhores práticas de cultura de paz e temos difundido muito, capacitado, treinado”, ressaltou a secretária de Educação.
Entenda o caso
- Dois adolescentes de 17 anos que estudavam no segundo ano do ensino médio planejavam fazer um massacre em uma escola pública do Distrito Federal.
- O plano dos dois menores teria chegado à direção das escolas onde os alunos estudavam e encaminhado à Polícia Civil (PCDF).
- A dupla propagava discursos de ódio contra mulheres, negros e gays, além de fazer apologia ao nazismo por meio de um site criado por eles.
- Os adolescentes também utilizavam o TikTok para impulsionar e fazer o marketing para aumentar o alcance do site. Algumas contas chegaram a ser banidas pela rede social por conter discurso de ódio.
- Entre o fim de 2024 e junho de 2025, os jovens teriam gravado e publicado cerca de 10 fitas para narrar todo os preparativos antes do massacre, marcado para o dia 20 de setembro, chamado por eles de “dia zero”.
- Os arquivos teriam sido apagados ainda em junho deste ano.
- Uma menor de idade que mora na Argentina começou a ter contato com a dupla por meio de uma comunidade que compartilhava conteúdo de true crime.
- Depois de tomar conhecimento, ela conseguiu baixar o material criminoso antes de a dupla apagar o site, juntou todas as provas em documento e as enviou para pessoas próximas dos jovens.
Protocolo
O novo protocolo apresenta orientações práticas e integradas para que as equipes gestoras das escolas estejam preparadas para agir em situações de violência.
O material apresentado oferece repertório para respostas rápidas e eficazes e para a promoção da cultura de paz no ambiente escolar.
Leia também
-
Adolescentes fabricavam armas e planejavam massacre em escola do DF
-
Adolescentes que planejavam massacre no DF faziam apologia ao nazismo
-
Após plano de massacre, pais mandaram adolescentes para psiquiatra
-
Adolescentes que planejavam massacre nutriam ódio por Lula: “FDP”
O objetivo da ação é garantir ambientes mais seguros, acolhedores e voltados ao desenvolvimento integral de estudantes e profissionais.
O documento, disponibilizado para toda a rede de ensino na última semana, foi elaborado de forma colaborativa entre diferentes áreas técnicas da secretaria e contou com o apoio do Batalhão Escolar da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
O protocolo define etapas de encaminhamento e resolução de conflitos que envolvem estudantes, profissionais e a comunidade escolar.