O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve, nesta quarta-feira (18), aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, alcançando 10,75% ao ano. A expectativa do mercado é de que a decisão seja unânime, reforçando a credibilidade da instituição e pavimentando o caminho para um possível ciclo de cortes na taxa de juros em 2025, como antecipado pelo governo Lula.
A percepção entre economistas é de que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Econômica, Gabriel Galípolo, já sinalizaram que o aumento da inflação no final deste ano e início de 2025 exigiria uma resposta mais firme da autoridade monetária.
A decisão de aumentar a Selic, embora contradiga a manutenção sugerida na última reunião, visa garantir que a política monetária não perca credibilidade. “Se o Copom optar por não aumentar a taxa, isso poderia ser interpretado como uma comunicação falha do Banco Central, afetando sua capacidade de controlar a inflação no próximo ano”, analisa um economista de mercado.
Além disso, a decisão pode ter implicações para a trajetória de Gabriel Galípolo, indicado por Lula para substituir Campos Neto como presidente do Banco Central a partir de 2025, ainda sujeito à aprovação do Senado. Uma postura técnica firme, como o aumento da Selic, fortaleceria a imagem de Galípolo em sua sabatina marcada para outubro, afastando temores de influência política em sua gestão.
Apesar da incerteza em torno da dinâmica econômica para o próximo ano, com a esperada queda dos juros, o aumento da Selic agora oferece ao Banco Central margem para agir com mais flexibilidade. “A alta de 0,25 ponto percentual seria uma sinalização de que o Banco Central está comprometido com a meta de inflação, o que permitirá reduzir a Selic com segurança no futuro”, apontam analistas.
Se confirmada, a decisão traria um novo capítulo para a política econômica, com o Copom equilibrando as pressões inflacionárias e a tentativa do governo Lula de criar um ambiente de crescimento econômico sustentável para 2025 e além.