O paciente José Silva Barros, 80 anos, que teria sido vítima de maus-tratos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho II, faleceu na madrugada desta sexta-feira (19/9). Após o Metrópoles divulgar o caso, José foi transferido para o Hospital Cidade do Sol (Hsol), em Ceilândia, onde estava internado desde o dia 11.
Pelas redes sociais, o engenheiro José Ricardo Vidigal Barros, 41, se despediu do pai. “Descanse em paz, meu velhinho”, escreveu.
“A morte é somente uma porta para uma vida em eternidade”, declarou o filho.
O velório de José Silva Barros está marcado para este sábado (20/9), às 8h30, no Campo da Esperança de Sobradinho.
Maus-tratos e alta médica
José Silva Barros se encontrava em estado terminal e necessitava de cuidados paliativos. Ele estava internado na UPA de Sobradinho, mas acabou recebendo alta médica três vezes em duas semanas, segundo a família.
Os parentes também acusaram a UPA de maus-tratos contra José Barros. Em imagens cedidas ao Metrópoles, é possível ver o homem gemendo de dor, por não estar recebendo morfina naquele momento. De acordo com a família do paciente, o médico teria se recusado a dar medicação ao idoso pelo acesso central.
Veja as imagens do idoso em estado terminal:
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A condição de José Silva teria piorado após contrair o vírus influenza, agravado por uma pneumonia grave no começo deste mês, além do homem já ser portador de diabetes.
O filho do paciente, Ricardo Barros, afirma que, desde o início, a equipe médica da UPA de Sobradinho não foi cuidadosa com o pai, que tem vários machucados na pele na região das costas, braços e pernas. “O pessoal judiou tanto dele que as veias dele já não conseguem ser furadas, e ele tem vários cortes na pele. O pior machucado está nas costas. Meu pai está com a pele toda rasgada”, afirmou.
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Ferida na perna teria sido causada pelos maus-tratos contra o idoso
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Material cedido ao Metrópoles
O que diz o Iges
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), responsável pelas UPAs do Distrito Federal, foi acionado sobre o caso. Após a publicação da reportagem, o instituto se manifestou por meio de nota, alegando que o paciente “foi atendido e avaliado por equipe médica, recebeu todos os cuidados e tratamento adequado dentro do seu quadro de saúde, sendo sanado o motivo de internação, com indicação de alta médica”.
Sobre a denúncia de maus-tratos, o Iges disse que “a UPA de Sobradinho repudia veementemente qualquer tipo de violência e agressão contra seus usuários e reforça que preza pelo acolhimento e humanização de forma individualizada com todos os pacientes que buscam serviços na unidade”.