O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) vistoriou as obras de recuperação estrutural dos viadutos 10 e 11, localizados no início do Eixão Norte, nessa quarta-feira (3/9).
Segundo o MPDFT, o objetivo da visita foi acompanhar o andamento da obra, verificar as condições de segurança e avaliar o impacto na mobilidade urbana, com foco no cumprimento do prazo de entrega.
Veja:
Apesar de apenas 34% da obra ter sido concluída até o momento, a expectativa é de que o trabalho seja finalizado no primeiro semestre de 2026, com a abertura da via inferior antes do ano letivo escolar.
Leia também
Segundo o procurador distrital dos direitos do cidadão, Eduardo Sabo, a conclusão no prazo é fundamental, já que os viadutos são uma via principal de deslocamento para milhares de pessoas.
Para Sabo, o impacto da obra ultrapassa os limites físicos do canteiro e afeta diretamente o cotidiano de milhares de cidadãos que utilizam essa via como principal eixo de deslocamento, inclusive usuários do transporte público.
“Para além dos evidentes prejuízos relacionados ao tempo de deslocamento, causa-nos preocupação as implicações à segurança viária, à integridade física de pedestres e motoristas, bem como à acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida”, alertou Sabo.
Em função da complexidade e do desgaste estrutural dos viadutos, um termo aditivo foi elaborado. O MPDFT solicitou esclarecimentos e incremento do número de trabalhadores para garantir que a conclusão da obra no prazo.
No ofício enviado em 19 de agosto, o MPDFT havia solicitado, no prazo de 30 dias informações detalhadas sobre a obra.
O documento pedia um cronograma atualizado, medidas para mitigar o impacto no tráfego, cópias dos projetos executivos e outras informações relevantes que a Companhia julgasse pertinentes.
Risco de colapso
Como o Metrópoles adiantou, na reportagem publicada em 18 de agosto último, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) identificou que o viaduto que liga o Eixo Rodoviário Leste (ERL) e o Eixo Rodoviário Oeste (ERW), conhecido como Eixinhos, no início da Asa Norte, estava danificado e com risco de queda iminente.
“As vigas estavam rompidas, inclusive o aço estava rompido. Havia um risco de colapso aqui”, disse o diretor de Planejamento e Projetos da Novacap, Carlos Alberto Spies. O dano foi localizado enquanto uma empresa terceirizada fazia a manutenção do trecho.
A companhia destaca que é um viaduto dos anos 1950 e 1960, com outro tipo de construção. “Todos eles foram feitos no modelo de caixão perdido, que é uma laje por cima e no meio, com vigas transversais e laterais”, explicou o diretor. O modelo não permite verificação da estrutura.
O conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) Renato Rainha fez pessoalmente ao local e fez uma vistoria. Na ocasião, ele foi informado de que o elevado “só não caiu por um milagre”.
“A manutenção tinha que ser feita. O ideal é uma reforma”, destacou Rainha em entrevista ao Metrópoles. O conselheiro informou que o TCDF vai instaurar um processo para acompanhar o avanço da obra. “Agora a Corte vai analisar a reforma, se ela contempla a necessidade do trecho, o valor do aditivo”, completou.