O número de brasileiros que vivem em imóveis alugados aumentou significativamente nas últimas décadas, segundo dados preliminares do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (12). Hoje, 21% da população mora de aluguel, o equivalente a um em cada cinco brasileiros.
Após uma queda entre 1980 e 2000, o percentual de pessoas que vivem em domicílios alugados voltou a crescer nas décadas seguintes. Em 2000, a taxa era de 12%, subindo para 16% em 2010 e alcançando o patamar atual.
Apesar do aumento no número de locatários, a maioria dos brasileiros ainda reside em imóveis próprios: 70% da população. Destes:
- 63% vivem em imóveis quitados, ganhos ou herdados;
- 9% moram em imóveis financiados.
Outros 5,62% vivem em domicílios emprestados, e menos de 1% em outras condições.
O estado de São Paulo lidera em número absoluto de locatários, com cerca de 11 milhões de pessoas vivendo de aluguel, seguido por Minas Gerais (4,3 milhões) e Rio de Janeiro (3,5 milhões).
Entre as regiões, o Centro-Oeste apresenta a maior proporção de moradores em imóveis alugados, com 26,7% da população. Já no município de Lucas do Rio Verde (MT), mais da metade dos moradores (52%) reside em domicílios alugados.
Entre municípios com mais de 100 mil habitantes:
- Balneário Camboriú (SC) possui a maior proporção de moradores que vivem de aluguel (45,2%).
- Cametá (PA) apresenta o menor índice, com apenas 3,1% dos habitantes morando em imóveis alugados.
Nas regiões com grandes projetos do programa Minha Casa Minha Vida, como Extremoz (RN), Valparaíso de Goiás (GO), e Fazenda Rio Grande (PR), a proporção de imóveis financiados é elevada, chegando a 45,3%, 41,4%, e 40,7%, respectivamente.
A pesquisa também indica que:
- A faixa etária de 25 a 29 anos é a que mais mora de aluguel, com 30% nessa condição.
- A maioria dos proprietários de imóveis financiados tem entre 35 e 39 anos.
- Entre os que residem em imóveis quitados ou herdados, o pico ocorre na faixa dos 70 anos ou mais, refletindo o ciclo de vida, com fases como a saída da casa dos pais e o ingresso no mercado de trabalho até a aposentadoria.
Esta é a primeira apresentação do questionário amostral do Censo 2022, aplicado a 10% da população. De acordo com o IBGE, os dados ainda precisam passar por ponderações e consultas às prefeituras para definição das áreas de planejamento. Os números finais serão divulgados após essa etapa, oferecendo um panorama mais completo e representativo da população brasileira.