A cantora Preta Gil considera que manter uma rotina de exercícios físicos foi fundamental para que ela atravessasse o tratamento anterior contra o câncer. A artista enfrenta agora um retorno da doença diagnosticada em 2023, com quatro tumores em diferentes locais do corpo.
“A musculação não é só uma questão estética, ela literalmente salva vidas. A minha massa magra foi fundamental para que eu conseguisse atravessar todo este tratamento das cirurgias e das sessões de quimioterapia da primeira vez e também está sendo agora”, afirmou Preta Gil, na entrevista que deu ao Fantástico, divulgada sem cortes nesta segunda-feira (9/9).
“Os pacientes se sentem melhor e mais dispostos, os exercícios tem um efeito direto na melhora do humor, do sono e da fadiga relacionada ao tratamento do câncer. As atividades com o corpo também reduzem alguns sintomas como a dor e o risco de depressão em mais de um terço”, explicou a oncologista Gisah Guilgen, autora do guia da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) sobre exercícios físicos.
Um estudo feito por médicos australianos mostrou que pacientes que estavam em remissão do tratamento do câncer e que praticavam mais atividade física tinham uma redução de 16% nos índices de dor em comparação com os que não tinham o hábito.
Segundo Gisah, mesmo em casos de tumores avançados, como o de Preta Gil, é importante manter uma rotina de atividades físicas que permita obter os benefícios de se movimentar, mas que também se adapte ás limitações do tratamento.
“A atividade física deve ser vista como um “remédio” para o tratamento do câncer. Por isso, se o médico não abordar essa questão, o paciente deve conversar com ele e começar o quanto antes. O paciente precisa buscar uma atividade que goste e que se sinta confortável, mas observando as restrições passadas pelo médico”, diz a oncologista.
Gisah sugere, de forma geral, associar atividades aeróbicas com exercícios de força e resistência, como musculação ou pilates.
Como as atividades físicas melhoram o tratamento do câncer?
O oncologista Daniel Vargas, da Oncoclínicas Brasília, afirma que pacientes que realizam atividades físicas durante os ciclos do tratamento reportam melhora na capacidade cardiopulmonar, na independência motora e nos distúrbios do sono, o que ajuda a reduzir o risco de morte dos pacientes.
“Os estudos mais recentes indicam que manter a massa magra durante o tratamento oncológico reduz os eventos adversos e o risco de morte. Isso ocorre porque a musculatura contribui com diferentes processos metabólicos do organismo, dentre os quais está a ativação do nosso sistema imune”, destaca Vargas.
O oncologista sugere que as atividades física estejam balanceadas de acordo com o momento do tratamento e com os sintomas apresentados pelos pacientes.
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Preta Gil revelou que o câncer voltou em quatro lugares diferentes
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