Um estudo publicado na revista Nature em 17 de junho mostra que pessoas com melhor saúde mental tendem a viver mais tempo e de forma mais saudável – e certas escolhas de estilo de vida, como comer mais queijo, podem desempenhar um papel significativo nesse efeito.
Pesquisas observacionais anteriores já tinham apontado que a felicidade pode impactar na forma como uma pessoa envelhece, mas o novo estudo usou um método analítico para explorar quais fatores influenciam nossos genes e levam a determinados resultados de saúde. Assim, foi possível prever um efeito potencialmente causal sem necessidade de realizar um ensaio clínico.
Saúde mental e envelhecimento saudável
Os pesquisadores chineses analisaram oito conjuntos de dados populacionais diferentes da Europa, cada um incluindo entre 38 mil e 2,4 milhões de pessoas. Eles encontraram potenciais evidências de que o bem-estar mental pode ajudar a ter uma vida mais longa e saudável.
“O nosso estudo oferece evidências encorajadoras de que melhorar a saúde mental é um caminho viável para um envelhecimento saudável, independente do status socioeconômico da pessoa”, disseram os autores no artigo.
A equipe explorou os fatores que podem estar relacionados à saúde mental e ao envelhecimento saudável, incluindo escolhas de estilo de vida, como fumar e uso de medicamentos, e aspectos físicos, como a massa muscular, além de doenças como diabetes e câncer.
Queijo e felicidade
Os cientistas avaliaram mais de perto 33 indivíduos, e aqueles que relataram consumir mais queijo e frutas tendiam a ter pontuações mais altas de saúde mental. O consumo de queijo especificamente teve um impacto positivo de 3,67% na autoavaliação de saúde e na expectativa de vida.
Para efeito de comparação, fumar cigarros teve um impacto negativo de 4,56% nos fatores de saúde relacionados ao envelhecimento, enquanto comer frutas teve um efeito positivo de 1,96%. Curiosamente, os pesquisadores descobriram que o tempo gasto assistindo televisão foi o fator de estilo de vida com o maior implicação negativa, com 7,39%.
Explorar a divisão entre saúde mental e física é um trabalho altamente complexo e é muito complicado considerar todas as variáveis possíveis que possam influenciar na relação. Porém, os autores da pesquisa argumentam que o estudo é “meticuloso e exaustivo” na consideração de possíveis influências, pelo menos entre os europeus.
Mais pesquisas serão necessárias para considerar se o consumo de queijo pode ter uma influência tão grande no envelhecimento saudável, em comparação com, por exemplo, as frutas.
Embora os alimentos ricos em gordura sejam frequentemente considerados prejudiciais à saúde humana, estudos sugerem que, com moderação, a gordura láctea pode diminuir o colesterol e reduzir o risco de doenças cardiovasculares e de mortalidade por todas as causas.
Produtos lácteos integrais, como sorvetes, estão associados a problemas de saúde mental, mas alguns tipos de queijo podem ser diferentes quando consumidos em uma dieta bem balanceada.
Um estudo recente realizado no Japão, por exemplo, apontou que o maior consumo de queijo foi associado a uma melhor função cognitiva, e outras pesquisas sugerem que o queijo pode desencadear as vias de dopamina no cérebro, levando a sensações de prazer.
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