
Hoje, 8 de março, celebramos não apenas a força e a resiliência feminina, mas também lembramos das batalhas que muitas mulheres enfrentam diariamente. Em meio a essa reflexão, trazemos a história de M.F., uma mulher que personifica a coragem e a determinação diante das adversidades.
M.F., aos 42 anos, é filha de Marisa e José Maria. Originária de uma família humilde, cresceu em um ambiente onde os recursos eram escassos, mas os sonhos eram abundantes. Desde criança, mesmo sem ter muitos brinquedos, nutria o desejo de proporcionar uma vida melhor para seus seis irmãos.
Sua jornada foi marcada por desafios desde cedo. Trabalhou como empregada doméstica e auxiliar de cozinha em um buffet. Aos treze anos, vendia flau na porta do colégio para ajudar seus pais. No entanto, sua determinação e ambição a impulsionaram para o sucesso. No mesmo bairro em que cresceu, tornou-se empresária, fundando a pizzaria Água na Boca, uma fonte de sustento não apenas para ela, mas para muitos em sua comunidade.
Tudo mudou em 3 de março de 2018, quando o primeiro tremor de terra atingiu sua região, causando não apenas danos materiais, mas também emocionais. Mãe de uma filha de 15 anos e um menino de 7 anos, M.F. enfrentou a difícil decisão de deixar seu lar, seu porto seguro, e recomeçar em um lugar desconhecido.
A tragédia não parou por aí. Além de perder sua fonte de renda devido à ação da Braskem, M.F. enfrentou problemas de saúde, incluindo uma cirurgia de emergência para a retirada das mamas. Enfrentando o desgaste psicológico e o desespero financeiro, chegou a cogitar a ideia de desistir. No entanto, encontrou forças para transformar sua dor em luta por justiça.
M.F. participou ativamente de protestos, clamando por socorro e por uma reparação justa. No entanto, suas demandas foram inicialmente ignoradas pelas autoridades. A falta de apoio agravou sua situação, levando-a a assinar um acordo injusto devido à pressão da sua condição de saúde e à ameaça de um longo processo judicial.
Atualmente, M.F. continua sua batalha pela sobrevivência. Enfrentando problemas de saúde sem plano de saúde, ela denuncia o descaso da justiça para com as vítimas, especialmente durante a pandemia. Sua história é um lembrete poderoso da resiliência feminina e da necessidade de lutar contra a injustiça e a negligência.
Neste Dia Internacional da Mulher, honramos mulheres como M.F., que enfrentam desafios com coragem e determinação inabaláveis. Que sua história inspire ações concretas em prol da justiça e da igualdade para todas as mulheres, em todas as esferas da sociedade.